Summary: | Materializamos neste ensaio uma leitura da representação da personagem Cecilia Coutts no romance Sergio Y. vai à América, uma narrativa de autoria de Alexandre Vidal Porto, lançada em 2014. Cecilia Coutts ganha nosso interesse na medida em que foi construída em primeiro grau pelo narrador, o psiquiatra Armando, cuja vaidade foi ferida pela percepção da impossibilidade da onipotência da análise clínica, dado a realidade suscetível da trapaça da linguagem – como já havia observado Barthes (1989). O olhar masculino psicologizante, presente na estruturação das personagens, objetifica Cecilia em razão de que a anula enquanto profissional ao se deter na descrição do seu corpo sensual, que distrai e desconcerta o psicólogo, conforme assegura o narrador. É sobre a construção desta imagem sexualizada oriunda da impossibilidade de domínio, por parte do narrador-personagem, sobre esta profissional de sucesso que nos deteremos nesta análise
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