Summary: | Introdução: A prevalência do estilo de vida sedentário está a aumentar nas sociedades desenvolvidas, com efeito negativo na qualidade de vida, maiores taxas de mortalidade e morbilidade cardiovascular e risco acrescido de obesidade. A definição de estratégias que promovam estilos de vida saudáveis em crianças constitui uma prioridade, sendo de salientar que os estudos realizados na população pediátrica não têm sido suficientemente consistentes.
Objectivo: Determinar a prevalência de sedentarismo e a sua associação com variáveis sócio-demográficas e excesso de peso e obesidade em adolescentes.
Métodos: Estudo epidemiológico transversal, de base comunitária, com recolha de dados através de inquérito autopreenchido e de medições directas, em adolescentes escolarizados na área de influência de um centro de saúde de Lisboa, no ano de 2002. Adaptou-se o inquérito do Youth Risk Behavior Survey para a avaliação da actividade física e o índice de massa corporal, segundo os valores de corte de Cole et al (2000), para definição de excesso de peso e obesidade.
Resultados: Foram incluídos 319 adolescentes, com idades entre os 11 e 17 anos. A prevalência referida de indivíduos inactivos foi de 33,5% (IC95% 28,4-39,0); 24,5% dos adolescentes referiram ver televisão quatro ou mais horas por dia (IC95% 20,1–29,9) e 22% tinham excesso de peso ou obesidade (IC95% 17,8–27,2). A inactividade física foi mais elevada no sexo feminino, em níveis sócio-económicos inferiores e nos obesos.
Conclusão: Aprevalência de inactividade e de hábitos de vida sedentários é elevada entre os adolescentes inquiridos, mas semelhante à de outros estudos. A actividade física está inversamente relacionada com o sexo feminino, nível sócio-económico inferior e obesidade.
Palavras-chave: Actividade física, adolescentes, obesidade, sedentarismo, televisão.
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