Summary: | TÃTULO PT: Sobre a alegada eficácia anti-câncer da pÃlula de fosfoetanolamina, fragilidade da evidência cientÃfica e preocupações éticas
Tem sido informalmente relatado que pacientes com câncer melhoraram após tomar pÃlulas de fosfoetanolamina sintética (sin-FEA) produzidas e distribuÃdas por quÃmicos de uma universidade brasileira. Embora os inventores da sin-FEA divulguem na imprensa leiga que o seu medicamento é eficaz contra diferentes tipos de tumores malignos, eles não apresentaram documentação clÃnica e relatos de caso que corroborem esta afirmação. Além disso, a sin-FEA não mostrou uma resposta anticarcinogênica consistente em ensaios in vitro com células neoplásicas humanas e murinas, e em testes in vivo em roedores com tumores transplantados. Apesar da falta de evidência não clÃnica e clÃnica de eficácia e segurança deste medicamento, uma lei autorizando a produção, prescrição e consumo da sin-FEA foi aprovada pelo Congresso e sancionada sem vetos pela presidente (Lei no 13.269/2016) em 13 de abril de 2016. Surpreendentemente, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa aprovou (em 19 de abril de 2016) testes da sin-FEA em pacientes apesar da ausência de indÃcios cientificamente válidos de provável eficácia e de adequada avaliação pré-clÃnica de segurança. É improvável que a sin-FEA seja útil no tratamento do câncer. Entretanto, a triste história da sin-FEA inevitavelmente maculou a reputação do paÃs com respeito à regulação de medicamentos e padrões éticos de pesquisa clÃnica.
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