Conectividade fluvial no Planalto Sedimentar do Araripe, semiárido brasileiro
<p><span>Este estudo teve por objetivo caracterizar os diferentes quadros de conectividade fluvial de uma bacia hidrográfica </span><span>semiárida, na porção nordeste do planalto sedimentar do Araripe, sul do estado do Ceará. Os modelos propostos enfatizam </span><s...
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União da Geomorfologia Brasileira
2021-06-01
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Series: | Revista Brasileira de Geomorfologia |
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doaj-d231a956daad4bf998686c25728242812021-09-28T18:05:48ZengUnião da Geomorfologia BrasileiraRevista Brasileira de Geomorfologia1519-15402236-56642021-06-0122310.20502/rbg.v22i3.1935635Conectividade fluvial no Planalto Sedimentar do Araripe, semiárido brasileiroGeislam Gomes de Lima0Mônica dos Santos Marçal1Antonio Carlos de Barros Correa2Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de JaneiroDepartamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de JaneiroDepartamento de Ciências Geográficas, Universidade Federal de Pernambuco<p><span>Este estudo teve por objetivo caracterizar os diferentes quadros de conectividade fluvial de uma bacia hidrográfica </span><span>semiárida, na porção nordeste do planalto sedimentar do Araripe, sul do estado do Ceará. Os modelos propostos enfatizam </span><span>as morfologias e a</span><span>justes em escala histórica, tendo como controles as coberturas superficiais herdadas, a dinâmica climática, a </span><span>litologia, as transformações do uso da terra, assim como os processos hidrológicos intrínsecos à paisagem. Foi realizado o </span><span>mapeamento de impedimen</span><span>tos fluviais, seguido de sua classificação, com base na distribuição entre os compartimentos de </span><span>paisagem e os processos de ligação. Os tributários de primeira ordem do rio Salamanca surgem a partir do entrincheiramento </span><span>de depósitos sedimentares na base da </span><span>escarpa ou sobre os depósitos de tálus mais a jusante, resultando em diferentes </span><span>configurações de preenchimento dos hollows e distintos cenários de evolução da paleoconectividade. Os trechos de vale em </span><span>garganta, a jusante, propiciam o confinamento do fluxo,</span><span>acelerando a conectividade, com predomínio da erosão vertical. O </span><span>elemento de desconectividade de origem antropogênica mais expressivo na bacia do rio Salamanca é um canal artificial, parte </span><span>do projeto de transposição das águas do rio São Francisco para mic</span><span>robacias do estado do Ceará. O canal adutor margeia o </span><span>planalto sedimentar, modificando ou obstruindo o fluxo das drenagens de baixa ordem e obliterando o fluxo laminar entre as </span><span>unidades de encosta e seus níveis de base. Na Depressão Periférica (Vale do Car</span><span>iri), as morfologias fluviais alternam </span><span>sequências de </span><span>arroyos</span><span>(trechos canalizados) e </span><span>floodouts</span><span>(trechos não</span><span>-</span><span>canalizados), controladas pela dinâmica de corte e </span><span>preenchimento prevalente nas planícies aluviais. Dentre os controles ambientais atuantes nos cená</span><span>rios analisados, destacam</span><span>-</span><span>se a litologia da bacia sedimentar, que se reflete na alta disponibilidade de sedimentos e distribuição espacial de planícies</span><span>aluviais contínuas e descontínuas; a dinâmica de corte e preenchimento em associação ao regime hidrológi</span><span>co semiárido; e as </span><span>mudanças de uso da terra, com substituições da pauta agrícola, expansão do espaço urbano e construção de estradas e obras </span><span>hidráulica</span><span>s</span><span>de transposição de bacias.</span></p>http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/1935ligações fluviaisestruturas de corte e preenchimentorios efêmeros |
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<p><span>Este estudo teve por objetivo caracterizar os diferentes quadros de conectividade fluvial de uma bacia hidrográfica </span><span>semiárida, na porção nordeste do planalto sedimentar do Araripe, sul do estado do Ceará. Os modelos propostos enfatizam </span><span>as morfologias e a</span><span>justes em escala histórica, tendo como controles as coberturas superficiais herdadas, a dinâmica climática, a </span><span>litologia, as transformações do uso da terra, assim como os processos hidrológicos intrínsecos à paisagem. Foi realizado o </span><span>mapeamento de impedimen</span><span>tos fluviais, seguido de sua classificação, com base na distribuição entre os compartimentos de </span><span>paisagem e os processos de ligação. Os tributários de primeira ordem do rio Salamanca surgem a partir do entrincheiramento </span><span>de depósitos sedimentares na base da </span><span>escarpa ou sobre os depósitos de tálus mais a jusante, resultando em diferentes </span><span>configurações de preenchimento dos hollows e distintos cenários de evolução da paleoconectividade. Os trechos de vale em </span><span>garganta, a jusante, propiciam o confinamento do fluxo,</span><span>acelerando a conectividade, com predomínio da erosão vertical. O </span><span>elemento de desconectividade de origem antropogênica mais expressivo na bacia do rio Salamanca é um canal artificial, parte </span><span>do projeto de transposição das águas do rio São Francisco para mic</span><span>robacias do estado do Ceará. O canal adutor margeia o </span><span>planalto sedimentar, modificando ou obstruindo o fluxo das drenagens de baixa ordem e obliterando o fluxo laminar entre as </span><span>unidades de encosta e seus níveis de base. Na Depressão Periférica (Vale do Car</span><span>iri), as morfologias fluviais alternam </span><span>sequências de </span><span>arroyos</span><span>(trechos canalizados) e </span><span>floodouts</span><span>(trechos não</span><span>-</span><span>canalizados), controladas pela dinâmica de corte e </span><span>preenchimento prevalente nas planícies aluviais. Dentre os controles ambientais atuantes nos cená</span><span>rios analisados, destacam</span><span>-</span><span>se a litologia da bacia sedimentar, que se reflete na alta disponibilidade de sedimentos e distribuição espacial de planícies</span><span>aluviais contínuas e descontínuas; a dinâmica de corte e preenchimento em associação ao regime hidrológi</span><span>co semiárido; e as </span><span>mudanças de uso da terra, com substituições da pauta agrícola, expansão do espaço urbano e construção de estradas e obras </span><span>hidráulica</span><span>s</span><span>de transposição de bacias.</span></p> |
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