Summary: | No presente artigo, busca-se avaliar as possíveis mudanças ou continuidades do pensamento político de Nicolau de Cusa, especialmente no que diz respeito à relação entre Papa e Concílio, em dois momentos distintos de sua carreira eclesiástica e filosófica: em primeiro lugar, na obra A concordância católica (De concordantia catholica - DCC, 1433), considerada por alguns estudiosos como a suma de sua posição conciliarista e, em segundo lugar, na Carta a Rodrigo Sánchez de Arévalo (Epistola ad Rodericum Sancium de Arevalo - ERSA, 1442) , considerada pelos comentadores como a melhor expressão de sua nova posição, a de um centralismo papal. A partir da avaliação dessas obras, conclui-se que, apesar de uma “mudança de partido” depois do rompimento com o Concílio de Basiléia, o pensamento político de Nicolau de Cusa é inclassificável dentre as categorias opostas “conciliarista” e “papalista”. Desse modo, poderia ser considerado um “absolutismo cristocêntrico”, tanto em DCC como em ERSA.
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