Poesia cou coupé
O ensaio propõe uma leitura do poema “Hérodiade”, de Mallarmé, em especial do fragmento “Cantique de Saint-Jean”, no qual a figura da decapitação convive com uma ideia possível de “salvação” (salut), definida como um “brinde” (salut) mundano – ou um “coucou”, na saudação mais familiar e irreverente...
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
2010-12-01
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doaj-cff6ee1dd60a40ad8c5fe87dafb309132021-06-02T06:30:45ZengUniversidade do Estado do Rio de JaneiroMatraga1414-71652446-69052010-12-01172715053Poesia cou coupéMarcos Siscar0UNICAMP / CNPqO ensaio propõe uma leitura do poema “Hérodiade”, de Mallarmé, em especial do fragmento “Cantique de Saint-Jean”, no qual a figura da decapitação convive com uma ideia possível de “salvação” (salut), definida como um “brinde” (salut) mundano – ou um “coucou”, na saudação mais familiar e irreverente de Apollinaire –, isto é, um modo de pensar a “comunidade”. Tratase de evidenciar as limitações da tese do esvaziamento histórico do chamado “esteticismo”, mostrando como o famoso “cratilismo” de Mallarmé, da poesia como remuneração do “defeito das línguas” – essa espécie de religião do efeito – convive de modo conflituoso e produtivo com a atribuição ao poema da tarefa de reapropriação do sagrado, entendido como dispositivo de compreensão da coisa humana, em termos culturais e antropológicos – uma espécie de efeito de profanação.http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/article/view/26154Mallarmépoesia modernapoesia e históriapoesia e religião. |
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O ensaio propõe uma leitura do poema “Hérodiade”, de Mallarmé, em especial do fragmento “Cantique de Saint-Jean”, no qual a figura da decapitação convive com uma ideia possível de “salvação” (salut), definida como um “brinde” (salut) mundano – ou um “coucou”, na saudação mais familiar e irreverente de Apollinaire –, isto é, um modo de pensar a “comunidade”. Tratase de evidenciar as limitações da tese do esvaziamento histórico do chamado “esteticismo”, mostrando como o famoso “cratilismo” de Mallarmé, da poesia como remuneração do “defeito das línguas” – essa espécie de religião do efeito – convive de modo conflituoso e produtivo com a atribuição ao poema da tarefa de reapropriação do sagrado, entendido como dispositivo de compreensão da coisa humana, em termos culturais e antropológicos – uma espécie de efeito de profanação. |
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