Poesia cou coupé

O ensaio propõe uma leitura do poema “Hérodiade”, de Mallarmé, em especial do fragmento “Cantique de Saint-Jean”, no qual a figura da decapitação convive com uma ideia possível de “salvação” (salut), definida como um “brinde” (salut) mundano – ou um “coucou”, na saudação mais familiar e irreverente...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marcos Siscar
Format: Article
Language:English
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2010-12-01
Series:Matraga
Subjects:
Online Access:http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/article/view/26154
Description
Summary:O ensaio propõe uma leitura do poema “Hérodiade”, de Mallarmé, em especial do fragmento “Cantique de Saint-Jean”, no qual a figura da decapitação convive com uma ideia possível de “salvação” (salut), definida como um “brinde” (salut) mundano – ou um “coucou”, na saudação mais familiar e irreverente de Apollinaire –, isto é, um modo de pensar a “comunidade”. Tratase de evidenciar as limitações da tese do esvaziamento histórico do chamado “esteticismo”, mostrando como o famoso “cratilismo” de Mallarmé, da poesia como remuneração do “defeito das línguas” – essa espécie de religião do efeito – convive de modo conflituoso e produtivo com a atribuição ao poema da tarefa de reapropriação do sagrado, entendido como dispositivo de compreensão da coisa humana, em termos culturais e antropológicos – uma espécie de efeito de profanação.
ISSN:1414-7165
2446-6905