Summary: | É comum observar, nos trabalhos sobre educação politécnica, essa concepção educativa ligada às contribuições de Marx e Engels. Alguns autores chegam até definir politecnia como um sinônimo de educação marxista. Essas análises ignoram, no entanto, a história de apropriação do conceito, que se inicia na transição do século XVIII para o XIX, quando a burguesia toma o poder na França e inaugura as primeiras escolas com a denominação “politécnica”. Estas escolas foram marcadas por um modelo fortemente orientado pelo positivismo e pela necessidade de se criar uma elite tecnocrática capaz de dirigir o processo produtivo, mas também o político. No campo da crítica às concepções burguesas, as primeiras reflexões sobre a articulação entre trabalho e educação são subsidiárias dos socialistas utópicos. Pouco depois essas reflexões foram aprofundadas pelos socialistas libertários, ou anarquistas, responsáveis pelas discussões sobre educação integral e politécnica. O presente artigo defende que as reflexões de Marx e Engels sobre o tema são subsidiárias das contribuições tanto de socialistas utópicos quanto de anarquistas.
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