O sincretismo do morfema -r em latim
Este trabalho investiga o sincretismo da morfologia passiva em latim. Nessa língua, o sufixo que realiza a voz passiva (default: -r) também é encontrado em construções impessoais, anticausativas, contextos médios e verbos depoentes. Parte-se dos trabalhos de Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015)...
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Universidade Estadual de Campinas
2021-04-01
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Series: | Cadernos de Estudos Lingüísticos |
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doaj-ceeb93a0f39b4631b1567b151ddadbec2021-06-21T13:11:58ZporUniversidade Estadual de CampinasCadernos de Estudos Lingüísticos2447-06862021-04-01630010.20396/cel.v63i00.8661612O sincretismo do morfema -r em latimLydsson Agostinho Gonçalves0Paula Roberta Gabbai Armelin1Universidade Federal de Juiz de ForaUniversidade Federal de Juiz de Fora Este trabalho investiga o sincretismo da morfologia passiva em latim. Nessa língua, o sufixo que realiza a voz passiva (default: -r) também é encontrado em construções impessoais, anticausativas, contextos médios e verbos depoentes. Parte-se dos trabalhos de Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) e, sob o modelo da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), apresenta-se uma proposta de derivação que postula que a marca sincrética é um argumento verbal não referencial – uma variável – incorporado ao verbo pós-sintaticamente. Os diversos contextos interpretativos em que a marca aparece resultam da posição original que esse argumento ocupava e da sua interação com diferentes sabores de Voice (FOLLI & HARLEY, 2005). Sendo a variável um argumento externo, não há outro DP para ela se ligar, e ela fica sem papel-θ e Caso. Sem papel-θ, a variável é lida como um expletivo em LF. A ausência de Caso, por sua vez, é um problema para PF (LEVIN, 2015) e, para que a derivação não seja perdida, a variável se incorpora ao domínio verbal via Deslocamento Local, nos termos de Levin (2015). A voz passiva e os impessoais resultam da incorporação da variável na posição de argumento externo de um VoiceDO. A mesma configuração, mas com um VoiceCAUSE, gera os anticausativos. Nos contextos médios, a variável também nasce na posição de argumento externo, mas é o argumento de um núcleo Appl (PYLKKÄNEN, 2008) que é promovido a sujeito sintático. Os depoentes se dividem em três tipos: propõe-se que os agentivos são, em verdade, médios, sendo derivados como eles; os depoentes de sujeitos experienciadores projetam esse argumento via um núcleo específico que chamamos de EXP e a variável ocupa a posição de argumento externo canônico; depoentes anticausativos resultam da incorporação do argumento de Appl ou EXP, mas em uma estrutura sem Voice. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8661612SincretismoMorfologia passivaIncorporação |
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Este trabalho investiga o sincretismo da morfologia passiva em latim. Nessa língua, o sufixo que realiza a voz passiva (default: -r) também é encontrado em construções impessoais, anticausativas, contextos médios e verbos depoentes. Parte-se dos trabalhos de Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) e, sob o modelo da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), apresenta-se uma proposta de derivação que postula que a marca sincrética é um argumento verbal não referencial – uma variável – incorporado ao verbo pós-sintaticamente. Os diversos contextos interpretativos em que a marca aparece resultam da posição original que esse argumento ocupava e da sua interação com diferentes sabores de Voice (FOLLI & HARLEY, 2005). Sendo a variável um argumento externo, não há outro DP para ela se ligar, e ela fica sem papel-θ e Caso. Sem papel-θ, a variável é lida como um expletivo em LF. A ausência de Caso, por sua vez, é um problema para PF (LEVIN, 2015) e, para que a derivação não seja perdida, a variável se incorpora ao domínio verbal via Deslocamento Local, nos termos de Levin (2015). A voz passiva e os impessoais resultam da incorporação da variável na posição de argumento externo de um VoiceDO. A mesma configuração, mas com um VoiceCAUSE, gera os anticausativos. Nos contextos médios, a variável também nasce na posição de argumento externo, mas é o argumento de um núcleo Appl (PYLKKÄNEN, 2008) que é promovido a sujeito sintático. Os depoentes se dividem em três tipos: propõe-se que os agentivos são, em verdade, médios, sendo derivados como eles; os depoentes de sujeitos experienciadores projetam esse argumento via um núcleo específico que chamamos de EXP e a variável ocupa a posição de argumento externo canônico; depoentes anticausativos resultam da incorporação do argumento de Appl ou EXP, mas em uma estrutura sem Voice.
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