Summary: | OBJETIVOS: Evidências mostram que pacientes diabéticos podem estar predispostos ao estresse oxidativo devido ao aumento dos processos de oxidação da glicose e peroxidação lipídica em consequência da hiperglicemia crônica. No entanto, há escassez de informações se o controle glicêmico afeta positivamente o sistema de defesa antioxidante no diabetes mellitus tipo 2. Esse estudo investiga a possível associação entre controle glicêmico e biomarcadores de estresse oxidativo em estados glicêmicos controlados e não controlados. MÉTODOS: Após a liberação da comissão de ética, o estudo incluiu pacientes em uso de medicação hipoglicemiante (metformina) com hemoglobina glicosilada A1c ˂7,0% (diabetes controlado), pacientes recém-diagnosticados com diabetes mellitus tipo 2 sem controle glicêmico e com hemoglobina A1c ˃7,0% e indivíduos normoglicêmicos aparentemente saudáveis. Foram determinados os seguintes biomarcadores: glicemia de jejum, malonaldeído, atividade da glutationa peroxidase, atividade de catalase, capacidade antioxidante total e nível de colesterol total. A comparação entre os grupos foi feita pela ANOVA
RESULTADOS: Foram incluídos 260 participantes: 80 com diabetes controlada, 80 não controlada e 100 controles. Todos os participantes tinham entre 40 e 71 anos. A glicemia de jejum e a hemoglobina glicosilada foram significativamente menores (p<0,05) nos diabéticos controlados comparado aos não controlados, e todos os diabéticos apresentaram valores significativamente maiores (p<0,05) que os controles. Da mesma forma, os níveis de malonaldeído foram significativamente maiores (p<0,05) nos diabéticos (controlados e não controlados), assim como valores das atividades antioxidantes (glutationa peroxidase e catalase) e nos níveis de capacidade antioxidante foram significativamente menores (p<0,05) frente aos controles. Além disso, o colesterol total foi significativamente menor (p<0,05) nos diabéticos controlados quando comparados aos não controlados e controles, respectivamente. Houve correlações significativas entre a hemoglobina glicosilada e do estresse oxidativo (p<0,05). CONCLUSÃO: Não houve diferença significativa nos estados de estresse oxidativo entre os diabéticos controlados e não controlados, apesar das diferenças nos níveis de glicose plasmática e hemoglobina glicosilada. Nossos dados, portanto, sugerem que a hiperglicemia crônica e, possivelmente, a medicação antidiabética pode associar-se igualmente ao estresse oxidativo
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