“Nós por nós”
O presente trabalho analisa a visibilidade como artefato político, na medida em que ela tem sido utilizada por jovens da periferia urbana em suas tentativas de garantir o seu “direito à cidade”. Quase sempre invisíveis, comumente, esses jovens aparecem na esfera pública como associados à violência,...
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Universidade de São Paulo (USP)
2018-12-01
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doaj-ce62f2d6916f4a40b9f577724038cf122020-11-25T02:25:17ZspaUniversidade de São Paulo (USP)Plural0104-67212176-80992018-12-0125210.11606/issn.2176-8099.pcso.2018.153619153619“Nós por nós”Roselene Cássia de Alencar Silva0Hildon Oliveira Santiago Carade1Universidade Federal da BahiaUniversidade Federal da Bahia O presente trabalho analisa a visibilidade como artefato político, na medida em que ela tem sido utilizada por jovens da periferia urbana em suas tentativas de garantir o seu “direito à cidade”. Quase sempre invisíveis, comumente, esses jovens aparecem na esfera pública como associados à violência, mesmo quando se dedicam às atividades vinculadas ao lazer, ao entretenimento e à indústria cultural. Por intermédio do acompanhamento de coletivos de jovens da cidade de Salvador que têm se dedicado à pixação, ao grafite, ao rap, dentre outras práticas artísticas marginais, argumentamos que há um processo de construção de visibilidade das demandas desses segmentos, uma vez que, antes, durante e após as chamadas “jornadas de junho de 2013”, eles passaram a se articular com os movimentos sociais mais tradicionais (aqueles centrados em bandeiras de cunho racial e social). Com essas articulações, esses jovens da periferia têm criado uma alternativa à “visibilidade perversa”, que é a projeção a eles conferida pela mídia e pelas autoridades policiais, sobretudo quando os enquadram nos termos da desordem e da anomia social. Por fim, consideramos que a politização desses movimentos artísticos tem possibilitado aos jovens a emergência de um outro tipo de juventude da periferia, nem vinculada ao tráfico de drogas, tampouco às iniciativas governamentais (isto é, os jovens de projetos sociais). http://www.revistas.usp.br/plural/article/view/153619PixaçãoJornadas de JunhoVisibilidadeDireito a cidade |
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O presente trabalho analisa a visibilidade como artefato político, na medida em que ela tem sido utilizada por jovens da periferia urbana em suas tentativas de garantir o seu “direito à cidade”. Quase sempre invisíveis, comumente, esses jovens aparecem na esfera pública como associados à violência, mesmo quando se dedicam às atividades vinculadas ao lazer, ao entretenimento e à indústria cultural. Por intermédio do acompanhamento de coletivos de jovens da cidade de Salvador que têm se dedicado à pixação, ao grafite, ao rap, dentre outras práticas artísticas marginais, argumentamos que há um processo de construção de visibilidade das demandas desses segmentos, uma vez que, antes, durante e após as chamadas “jornadas de junho de 2013”, eles passaram a se articular com os movimentos sociais mais tradicionais (aqueles centrados em bandeiras de cunho racial e social). Com essas articulações, esses jovens da periferia têm criado uma alternativa à “visibilidade perversa”, que é a projeção a eles conferida pela mídia e pelas autoridades policiais, sobretudo quando os enquadram nos termos da desordem e da anomia social. Por fim, consideramos que a politização desses movimentos artísticos tem possibilitado aos jovens a emergência de um outro tipo de juventude da periferia, nem vinculada ao tráfico de drogas, tampouco às iniciativas governamentais (isto é, os jovens de projetos sociais).
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