Sepse grave e choque séptico em crianças com câncer: fatores preditores de óbito Severe sepsis and septic shock in children with cancer
OBJETIVO: Descrever as características clínicas das crianças e adolescentes portadores de doenças oncológicas que foram admitidos na UTIP apresentando sepse grave ou choque séptico. E determinar os fatores preditores de óbito e uso de ventilação pulmonar mecânica (VPM). MÉTODOS: Foram analisadas pro...
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Associação Médica Brasileira
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doaj-cd9f3d16e2d847f78b7a4d0f3a7018f72020-11-24T23:01:21ZengAssociação Médica BrasileiraRevista da Associação Médica Brasileira0104-42301806-92822004-12-0150443944310.1590/S0104-42302004000400037Sepse grave e choque séptico em crianças com câncer: fatores preditores de óbito Severe sepsis and septic shock in children with cancerChristiane Finardi PanceraCecília M. L. da CostaMassami HayashiRaul Gutierrez Y. LamelasBeatriz de CamargoOBJETIVO: Descrever as características clínicas das crianças e adolescentes portadores de doenças oncológicas que foram admitidos na UTIP apresentando sepse grave ou choque séptico. E determinar os fatores preditores de óbito e uso de ventilação pulmonar mecânica (VPM). MÉTODOS: Foram analisadas prospectivamente 33 crianças com diagnóstico de sepse grave ou choque séptico, na UTIP do Hospital do Câncer, entre junho e dezembro de 2001. RESULTADOS: Durante o período houve 33 internações, cuja idade variou entre 1 e 23 anos; 16 (48%) eram do sexo masculino e 17 (52%) do sexo feminino. Vinte pacientes eram portadores de leucemia ou linfoma e 13 pacientes de tumores sólidos. Vinte e oito pacientes apresentaram quadro infeccioso documentado. Houve crescimento de patógenos em 73%, sendo que as infecções por germes gram-negativos foram responsáveis por 67% das amostras. Suporte respiratório foi necessário em 18 casos (54%), a administração de drogas inotrópicas em 22 casos (67%) e em quatro casos a diálise foi indicada. A taxa de mortalidade foi de 41% para os pacientes que necessitaram de drogas inotrópicas, 69% para os que utilizaram VPM e 100% para aqueles submetidos à diálise. A taxa de mortalidade foi de 27%. CONCLUSÕES: Nossos dados sugerem que o início precoce de tratamento intensivo para crianças com câncer apresentando sepse grave e choque séptico pode ser um fator capaz de influenciar a mortalidade desses pacientes. E a utilização da ventilação pulmonar mecânica não invasiva demonstrou ser um procedimento capaz de reduzir a necessidade de intubação orotraqueal e ventilação pulmonar mecânica invasiva.<br>BACKGROUND: This report describes the clinical characteristics of children and adolescents bearers of oncological disease who were admitted to PICU with severe sepsis and septic shock. The predicting factors for mortality and for need of pulmonary mechanical ventilation were also determined. METHODS: Thirty-three children diagnosed with severe sepsis and septic shock were evaluated prospectively at the PICU of Hospital do Câncer between June and December of 2001. RESULTS: Thirty-three admissions were analyzed during this period; ages ranged from 1 to 23 years; 16 (48%) were boys and 17 (52%) were girls. Twenty patients had leukemia/lymphoma and 13 patients had solid tumors. Twenty-eight patients had a diagnosis of infectious diseases. In 73% of the patients, infection germs were isolated and gram negative organisms were responsible for 67% of the samples. Respiratory support was necessary for 18 patients (54%), inotropic support for 22 (67%) and dialysis for four patients. The mortality rate was of 41% for patients who needed inotropic support, of 69% for those requiring respiratory support and of 100% for those with an indication for dialysis. The overall mortality rate was of 27%. CONCLUSIONS: This research suggests that early intensive treatment for children with cancer exhibiting severe sepsis and/or septic shock could be an important factor to influence the mortality rate of these patients. Moreover, that noninvasive ventilation could be an option to reduce endotracheal intubation and invasive ventilation.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000400037CâncerCriançasSepse severaTerapia intensivaCancerChildrenSevere sepsisIntensive treatment |
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OBJETIVO: Descrever as características clínicas das crianças e adolescentes portadores de doenças oncológicas que foram admitidos na UTIP apresentando sepse grave ou choque séptico. E determinar os fatores preditores de óbito e uso de ventilação pulmonar mecânica (VPM). MÉTODOS: Foram analisadas prospectivamente 33 crianças com diagnóstico de sepse grave ou choque séptico, na UTIP do Hospital do Câncer, entre junho e dezembro de 2001. RESULTADOS: Durante o período houve 33 internações, cuja idade variou entre 1 e 23 anos; 16 (48%) eram do sexo masculino e 17 (52%) do sexo feminino. Vinte pacientes eram portadores de leucemia ou linfoma e 13 pacientes de tumores sólidos. Vinte e oito pacientes apresentaram quadro infeccioso documentado. Houve crescimento de patógenos em 73%, sendo que as infecções por germes gram-negativos foram responsáveis por 67% das amostras. Suporte respiratório foi necessário em 18 casos (54%), a administração de drogas inotrópicas em 22 casos (67%) e em quatro casos a diálise foi indicada. A taxa de mortalidade foi de 41% para os pacientes que necessitaram de drogas inotrópicas, 69% para os que utilizaram VPM e 100% para aqueles submetidos à diálise. A taxa de mortalidade foi de 27%. CONCLUSÕES: Nossos dados sugerem que o início precoce de tratamento intensivo para crianças com câncer apresentando sepse grave e choque séptico pode ser um fator capaz de influenciar a mortalidade desses pacientes. E a utilização da ventilação pulmonar mecânica não invasiva demonstrou ser um procedimento capaz de reduzir a necessidade de intubação orotraqueal e ventilação pulmonar mecânica invasiva.<br>BACKGROUND: This report describes the clinical characteristics of children and adolescents bearers of oncological disease who were admitted to PICU with severe sepsis and septic shock. The predicting factors for mortality and for need of pulmonary mechanical ventilation were also determined. METHODS: Thirty-three children diagnosed with severe sepsis and septic shock were evaluated prospectively at the PICU of Hospital do Câncer between June and December of 2001. RESULTS: Thirty-three admissions were analyzed during this period; ages ranged from 1 to 23 years; 16 (48%) were boys and 17 (52%) were girls. Twenty patients had leukemia/lymphoma and 13 patients had solid tumors. Twenty-eight patients had a diagnosis of infectious diseases. In 73% of the patients, infection germs were isolated and gram negative organisms were responsible for 67% of the samples. Respiratory support was necessary for 18 patients (54%), inotropic support for 22 (67%) and dialysis for four patients. The mortality rate was of 41% for patients who needed inotropic support, of 69% for those requiring respiratory support and of 100% for those with an indication for dialysis. The overall mortality rate was of 27%. CONCLUSIONS: This research suggests that early intensive treatment for children with cancer exhibiting severe sepsis and/or septic shock could be an important factor to influence the mortality rate of these patients. Moreover, that noninvasive ventilation could be an option to reduce endotracheal intubation and invasive ventilation. |
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