Summary: | A reforma psiquiátrica vem introduzindo, no contexto brasileiro, importantes desafios para pensar a formação das equipes de saúde mental. Este estudo objetiva analisar o discurso de um trabalhador de saúde mental sobre sua própria prática, focalizando aspectos inerentes à formação da equipe para trabalhar nos serviços substitutivos. Procuramos extrair algumas dúvidas, posicionamentos ou ideologias que permeiam a inserção deste trabalhador no contexto atual do cuidado psiquiátrico. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, desenvolvida no ano de 2006 em um serviço substitutivo de uma cidade do sul do país. O referencial teórico-filosófico utilizado foi a análise crítica do discurso (ACD). Os resultados apontam que o contexto da Reforma Psiquiátrica é capaz de reorientar discursos e processar mudanças, ao mesmo tempo em que encontra barreiras que dificultam sua consolidação. A formação das equipes, por exemplo, já começa a incorporar conhecimentos interdisciplinares, no entanto, na prática ainda concentrada na divisão de habilidades e competências, próximas à multidisciplinaridade. Esperamos que este estudo sirva de subsídio para outros estudos na área, para compreender como, discursivamente, nossa sociedade se relaciona com o louco e a loucura, com as aproximações e os distanciamentos característicos dessa relação.
Descritores: Saúde mental; Ciências sociais; Enfermagem psiquiátrica.
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