Summary: | Introdução: Nas últimas décadas, tem ocorrido um processo de envelhecimento rápido e intenso no Brasil, resultante da diminuição das taxas de mortalidade e de fecundidade. Este processo de envelhecimento requer atenção especial, visto que os idosos apresentam maior incidência de doenças crônicas e fazem uso de polimedicação. A utilização de múltiplos fármacos pode ser necessária em algumas situações, portanto deve ser adequadamente monitorada, já que pode causar efeitos adversos, toxicidade e interações medicamentosas. Objetivo: Identificar interações medicamentosas potencialmente graves em uma instituição de longa permanência para idosos, em uma cidade no interior de Minas Gerais. Metodologia: Foi realizado um estudo observacional transversal através de dados secundários em uma instituição de longa permanência, incluindo 62 pacientes com idade superior a 60 anos, de ambos os sexos, que utilizavam cinco ou mais medicamentos de uso contínuo. A coleta de dados foi realizada apenas uma vez, no dia 13/04/2018 e foi iniciada após a aprovação pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade Patos de Minas- FPM, sob parecer número 2.559.003. Os prontuários eletrônicos foram analisados e assim foi efetuada uma busca ativa das possíveis interações medicamentosas, através do software Medscape®. As interações foram tabuladas e posteriormente foram feitos gráficos do número de ocorrências, dos medicamentos mais envolvidos em interações e de suas respectivas classes farmacológicas. Considerações: As classes de fármacos mais envolvidos em interações medicamentosas graves foram a dos medicamentos que agem no sistema nervoso central (53,60%), seguida pelo sistema cardiovascular (28,70%), sistema respiratório (10,70%), sistema digestório (3,60%) e antimicrobianos (3,60%). Foram encontradas 31 interações medicamentosas classificadas como graves pelo Medscape®. Os fármacos mais frequentemente envolvidos em interações foram: amitriptilina, anlodipino, carbamazepina, diazepam, escitalopram, haloperidol, prometazina e sinvastatina. A maior frequência de interações ocorreu entre os antidepressivos e anti-hipertensivos, sendo que essas classes estão relacionadas com as patologias crônicas e com as doenças que surgem com o avançar da idade. Os resultados implicam em cuidados especiais por parte do farmacêutico, juntamente com a equipe de saúde, a fim de instituir uma farmacoterapia adequada ao paciente e minimizar a ocorrência de eventos adversos potencialmente graves.
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