Pesquisando no perigo: etnografias voluntárias e não acidentais
O artigo discute a questão do relativismo cultural que assume caráter polêmico na passagem do milênio, principalmente nas divergências surgidas sobre o que fazer diante dos dilemas postos pelos novos sujeitos-objetos e dos impasses advindos da difusão planetária de posturas universalistas. Novos pro...
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
2009-10-01
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doaj-cd3d2ebf06a54e20baee7b4991f37a622020-11-24T23:57:32ZengUniversidade Federal do Rio de JaneiroMana0104-93131678-49442009-10-0115255758410.1590/S0104-93132009000200009Pesquisando no perigo: etnografias voluntárias e não acidentaisAlba ZaluarO artigo discute a questão do relativismo cultural que assume caráter polêmico na passagem do milênio, principalmente nas divergências surgidas sobre o que fazer diante dos dilemas postos pelos novos sujeitos-objetos e dos impasses advindos da difusão planetária de posturas universalistas. Novos problemas e dilemas éticos se antepuseram ao fazer antropológico: o que são direitos humanos e qual o seu alcance entre nativos não ocidentais; quem conta como pessoa humana e quem deve ser ouvido nas sociedades estudadas; como lidar com a opressão de pessoas no interior das "sociedade dos nativos" quando os opressores são também nativos. Na etnografia do crime, é possível e preciso o mergulho no mundo do outro a ponto de virar nativo? A antropologia do contemporâneo, praticada em sociedades cada vez mais diferenciadas e em um mundo que nunca foi tão globalizado, exige a multiplicidade de fontes de dados, de planos de abordagem e de perspectivas teóricas, averiguando o que acontece em outras disciplinas, sendo cauteloso e paciente na invenção de novos conceitos e novas pesquisas.<br>The article discusses the question of cultural relativism, an issue that has become increasingly polemical at the turn of the millennium, especially with the diverging opinions on how to respond to the dilemmas posed by the new subjects-objects and the impasses generated by the global diffusion of universalist stances. New ethical problems and dilemmas prevene anthropological practice: what are human rights and what are their reach among non-western natives; who counts as a human person and who should be heard in the societies under study; and how to deal with the oppression of people within the 'native societies' when the oppressors are themselves natives? In the ethnography of crime, is it possible or necessary to submerge oneself in the world of the other to the point of turning native? The anthropology of the contemporary, practiced in increasingly differentiated societies and in an ever more globalized world, demands a multitude of data sources, approaches and theoretical perspectives, verifying what is happening in other disciplines, and remaining cautious and patient in the invention of our concepts and new research.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132009000200009EtnografiaÉtica de pesquisaRelativismo culturalParticipaçãoDistanciamentoEthnographyResearch ethicsCultural relativismParticipationDistancing |
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O artigo discute a questão do relativismo cultural que assume caráter polêmico na passagem do milênio, principalmente nas divergências surgidas sobre o que fazer diante dos dilemas postos pelos novos sujeitos-objetos e dos impasses advindos da difusão planetária de posturas universalistas. Novos problemas e dilemas éticos se antepuseram ao fazer antropológico: o que são direitos humanos e qual o seu alcance entre nativos não ocidentais; quem conta como pessoa humana e quem deve ser ouvido nas sociedades estudadas; como lidar com a opressão de pessoas no interior das "sociedade dos nativos" quando os opressores são também nativos. Na etnografia do crime, é possível e preciso o mergulho no mundo do outro a ponto de virar nativo? A antropologia do contemporâneo, praticada em sociedades cada vez mais diferenciadas e em um mundo que nunca foi tão globalizado, exige a multiplicidade de fontes de dados, de planos de abordagem e de perspectivas teóricas, averiguando o que acontece em outras disciplinas, sendo cauteloso e paciente na invenção de novos conceitos e novas pesquisas.<br>The article discusses the question of cultural relativism, an issue that has become increasingly polemical at the turn of the millennium, especially with the diverging opinions on how to respond to the dilemmas posed by the new subjects-objects and the impasses generated by the global diffusion of universalist stances. New ethical problems and dilemmas prevene anthropological practice: what are human rights and what are their reach among non-western natives; who counts as a human person and who should be heard in the societies under study; and how to deal with the oppression of people within the 'native societies' when the oppressors are themselves natives? In the ethnography of crime, is it possible or necessary to submerge oneself in the world of the other to the point of turning native? The anthropology of the contemporary, practiced in increasingly differentiated societies and in an ever more globalized world, demands a multitude of data sources, approaches and theoretical perspectives, verifying what is happening in other disciplines, and remaining cautious and patient in the invention of our concepts and new research. |
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