A adaptação fílmica como procedimento de tradução intersemiótica: o caso "Budapeste"
O artigo analisa a adaptação fílmica de Walter Carvalho e Rita Buzzar para o romance Budapeste, de Chico Buarque, a partir dos estudos semióticos do teórico americano Charles Sanders Peirce. Para Peirce, os signos são sinais, qualquer coisa que assume o lugar de outra em qualquer situação, nesse se...
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Universidade Federal de Santa Catarina
2013-06-01
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doaj-cd217e3634ae45f8bce6a623c8ac2ffc2020-11-25T03:37:46ZporUniversidade Federal de Santa CatarinaAnuário de Literatura1414-52352175-79172013-06-0118110.5007/2175-7917.2013v18n1p17819680A adaptação fílmica como procedimento de tradução intersemiótica: o caso "Budapeste"Janaína Guedes Milanez0Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba O artigo analisa a adaptação fílmica de Walter Carvalho e Rita Buzzar para o romance Budapeste, de Chico Buarque, a partir dos estudos semióticos do teórico americano Charles Sanders Peirce. Para Peirce, os signos são sinais, qualquer coisa que assume o lugar de outra em qualquer situação, nesse sentido, situação de representação. Se o signo é representação, estabelecemos a partir dele um processo de tradução, isto é, colocamos um signo no lugar de outro, e nos relacionamos assim com a realidade através da linguagem. Uma questão importante, do ponto de vista teórico, é pensar em que medida as adaptações fílmicas, tradução da tradução, se relacionam com o texto literário. Para a leitura do objeto de estudo, sob a perspectiva da semiótica peirceana, contaremos com as três classes de signos da segunda tricotomia (ícone, índice e símbolo), observando sua funcionalidade para a análise, mas, sobretudo, a categoria do ícone peirceano, pela propriedade de significar pautada em relações de semelhança com o objeto. A hipótese levantada é a de que, nas narrativas estudadas (literária e fílmica), a metáfora do duplo ou do espelhamento pode ser autorreferente, num jogo labiríntico de digressões e interrupções do enredo, que visam à desconstrução da verossimilhança, por sua vez, icônica da própria problematização da matéria ficcional. A fim de explorar as categorias peirceanas em sua potencialidade analítica, discutiremos a adaptação fílmica como procedimento intersemiótico, buscando investigar a leitura que os cineastas fazem do romance, as pistas do processo de tradução e as implicações da tipologia peirciana para uma apreciação teórico-crítica do filme. https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/24065NarratologiaAdaptação fílmicaTradução intersemiótica |
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O artigo analisa a adaptação fílmica de Walter Carvalho e Rita Buzzar para o romance Budapeste, de Chico Buarque, a partir dos estudos semióticos do teórico americano Charles Sanders Peirce. Para Peirce, os signos são sinais, qualquer coisa que assume o lugar de outra em qualquer situação, nesse sentido, situação de representação. Se o signo é representação, estabelecemos a partir dele um processo de tradução, isto é, colocamos um signo no lugar de outro, e nos relacionamos assim com a realidade através da linguagem. Uma questão importante, do ponto de vista teórico, é pensar em que medida as adaptações fílmicas, tradução da tradução, se relacionam com o texto literário. Para a leitura do objeto de estudo, sob a perspectiva da semiótica peirceana, contaremos com as três classes de signos da segunda tricotomia (ícone, índice e símbolo), observando sua funcionalidade para a análise, mas, sobretudo, a categoria do ícone peirceano, pela propriedade de significar pautada em relações de semelhança com o objeto. A hipótese levantada é a de que, nas narrativas estudadas (literária e fílmica), a metáfora do duplo ou do espelhamento pode ser autorreferente, num jogo labiríntico de digressões e interrupções do enredo, que visam à desconstrução da verossimilhança, por sua vez, icônica da própria problematização da matéria ficcional. A fim de explorar as categorias peirceanas em sua potencialidade analítica, discutiremos a adaptação fílmica como procedimento intersemiótico, buscando investigar a leitura que os cineastas fazem do romance, as pistas do processo de tradução e as implicações da tipologia peirciana para uma apreciação teórico-crítica do filme.
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