Summary: | Neste trabalho discutimos implicações éticas e políticas que caracterizam a forma de dança conhecida no Brasil como Contato Improvisação, destacando a relevância dos princípios que embasam os seguintes aspectos desta: 1. A dilatação do tempo e a sutilização da percepção, 2. A questão da resistência (ou a resistência em questão), 3. A ruptura com o imperativo da produtividade, 4. A questão (aberta) da comunidade, dos laços coletivos e dos espaços de refúgio. Examinando cada um destes aspectos, salientamos como esta forma de dança subverte os imperativos culturais hegemônicos da aceleração da ação, da densificação da estimulação e da produtividade, bem como permite problematizar e complexificar a noção de resistência e as estratégias de contraposição política e cultural a um status quo, criando, assim, espaços de compartilhamento sui generis, articulados por uma percepção comum e por “verdades éticas” orientadoras do encontro e das relações.
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