Experiência e linguagem como estratégias de resistência Experience and language as resistance strategies

Neste artigo visamos apontar, apoiadas em W. Benjamim e G. Agamben, a fragilização do registro da experiência e sua incidência na lógica do poder/violência. Analisamos, pretendendo desmistificar a eficácia dos discursos mortificadores da experiência, a figura do "mulçumano"; - nome que des...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Miriam Debieux Rosa, Maria Cristina Poli
Format: Article
Language:Spanish
Published: Associação Brasileira de Psicologia Social 2009-01-01
Series:Psicologia & Sociedade
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822009000400003
Description
Summary:Neste artigo visamos apontar, apoiadas em W. Benjamim e G. Agamben, a fragilização do registro da experiência e sua incidência na lógica do poder/violência. Analisamos, pretendendo desmistificar a eficácia dos discursos mortificadores da experiência, a figura do "mulçumano"; - nome que designava os mortos-vivos nos campos de concentração, conforme relato de Primo Levi e outros. Tal figura é emblemática do estado limite a que chegaram algumas pessoas e podem expressar o destino de alguns sujeitos na contemporaneidade. Pudemos identificar nessa posição tanto um movimento na direção da perda do laço identificatório com o semelhante, como uma forma de resistência à violência perpetrada pelo discurso social. Tal resistência consiste em operar uma mimese ao objeto resto, o que permite ao sujeito a manutenção da estrutura fantasmática. Indicamos que, apesar das estratégias do poder, o sujeito reinventa modos de se situar na relação ao Outro, nos quais se fazem importantes a presença e a palavra, incluindo aí a experiência psicanalítica.<br>Drawing on Walter Benjamin and Giorgio Agamben, this article points out the fragilization of the registration of the experience and its incidence in the logic of power / violence. Seeking to demythify the efficacy of discourses that mortify experiences, it analyzes the figure of the "Muslim"; (Muselmänn) - name that conveyed the walking dead in the Nazi concentration camps, according to accounts by Primo Levi and others. Such figure is emblematic of the limit condition some people have reached and can express the fate of some subjects in contemporary society. This position allows identifying both a movement toward the loss of an identifying bond with one's kind and a means to resist the violence perpetrated by the social discourse. This resistance consists in operating a mimesis of the object-rest, which permits the subject to maintain the phantasmatic structure. The article indicates that, despite power strategies, the subject reinvents ways to situate himself, in which the presence and the word are important, therein including the psychoanalytical experience.
ISSN:0102-7182
1807-0310