Summary: | Resumo Este ensaio busca contribuir para a (re)formulação de uma linha teórica de análise da humanização do cuidado em saúde, a partir de uma abordagem marxiana. Para tanto, dialogamos com parte da produção científica brasileira, quando constatamos a predominância de uma tendência que centra a estratégia de humanização sobre uma perspectiva subjetiva-relacional, especialmente explícita na Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde. Embora reconheçamos a importância dessa estratégia, apontamos seus limites, ao problematizar o que seja humanização em Marx e, por consequência, demonstrando a estrutura originária do processo de desumanização. Feito isso, esclarecemos que, considerando quais sejam as bases da desumanização, seu enfrentamento deve ir além da esfera subjetiva-relacional, no sentido de atingir a dimensão coletiva da luta de classes, contra o capital. Trata-se de articular a luta particular contra os efeitos desumanizadores do capital na saúde com a luta mais geral, contra o capital nas suas linhas mais fundamentais.
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