Visualidade e metodologia composicional: desenhos e escrita musical como estágios do processo criativo
A utilização de desenhos como primeira etapa do processo composicional, anterior à formalização da escrita musical, pode ser observada no processo criativo de compositores como Xenakis e Sciarrino. Observar o processo destes compositores nos permite pensar uma abordagem metodológica na qual as image...
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Universidade Estadual do Paraná
2014-12-01
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doaj-cbf79a9f780e42e586751cfee6f573222020-11-25T01:27:27ZengUniversidade Estadual do ParanáRevista Vortex2317-99372317-99372014-12-01225165 Visualidade e metodologia composicional: desenhos e escrita musical como estágios do processo criativoAlexandre Ficagna 0Tadeu Taffarello 1Universidade Estadual de LondrinaUniversidade Estadual de LondrinaA utilização de desenhos como primeira etapa do processo composicional, anterior à formalização da escrita musical, pode ser observada no processo criativo de compositores como Xenakis e Sciarrino. Observar o processo destes compositores nos permite pensar uma abordagem metodológica na qual as imagens sonoras são inicialmente trabalhadas por meio de manipulações da ordem do visual e, posteriormente, tornadas sonoras através das ferramentas da escrita musical. Em Percussivo (2012), de Tadeu Taffarello, o desenho foi o local de organização e manipulação de sons contínuos e percussivos na flauta baixo. Contudo, na passagem para a escrita musical, o final da peça tornou-se diferente do planejado no desenho por consequência da utilização de diferentes superfícies de registro como espaço de manipulação (desenho e escrita musical). Explorar desvios como estes durante o processo criativo pode-se tornar outra possibilidade, inclusive quando imagens sonoras e visuais são construídas passo a passo e se influenciam reciprocamente. A este processo chamamos intermodulação entre os meios empregados, o que foi explorado conscientemente no processo de composição de Escondido num ponto (2012), de Alexandre Ficagna. A influência recíproca dos espaços de manipulação utilizados não apenas prolifera possibilidades de fabulação, como nos leva a pensar a própria metodologia composicional.http://periodicos.unespar.edu.br/index.php/vortex/article/view/462desenhosescrita musicalmetodologia composicionalprocesso criativovisualidade |
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A utilização de desenhos como primeira etapa do processo composicional, anterior à formalização da escrita musical, pode ser observada no processo criativo de compositores como Xenakis e Sciarrino. Observar o processo destes compositores nos permite pensar uma abordagem metodológica na qual as imagens sonoras são inicialmente trabalhadas por meio de manipulações da ordem do visual e, posteriormente, tornadas sonoras através das ferramentas da escrita musical. Em Percussivo (2012), de Tadeu Taffarello, o desenho foi o local de organização e manipulação de sons contínuos e percussivos na flauta baixo. Contudo, na passagem para a escrita musical, o final da peça tornou-se diferente do planejado no desenho por consequência da utilização de diferentes superfícies de registro como espaço de manipulação (desenho e escrita musical). Explorar desvios como estes durante o processo criativo pode-se tornar outra possibilidade, inclusive quando imagens sonoras e visuais são construídas passo a passo e se influenciam reciprocamente. A este processo chamamos intermodulação entre os meios empregados, o que foi explorado conscientemente no processo de composição de Escondido num ponto (2012), de Alexandre Ficagna. A influência recíproca dos espaços de manipulação utilizados não apenas prolifera possibilidades de fabulação, como nos leva a pensar a própria metodologia composicional. |
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