Natureza e ontologia em Merleau-Ponty e Whitehead
No final da década de 1950, Merleau-Ponty desloca seu foco de investigação da fenomenologia à ontologia. Tal transição envolve a articulação de seus estudos prévios acerca da percepção e da corporeidade com os desdobramentos filosóficos dos postulados da física e da biologia da primeira metade do sé...
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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2018-12-01
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doaj-cbe9f804c5224af0bfae940f2ddce3c52020-11-24T21:39:06ZporUniversidade Federal do Recôncavo da BahiaGriot: Revista de Filosofia2178-10362178-10362018-12-0118240842010.31977/grirfi.v18i2.922922Natureza e ontologia em Merleau-Ponty e WhiteheadRodrigo Benevides Barbosa Gomes0Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)No final da década de 1950, Merleau-Ponty desloca seu foco de investigação da fenomenologia à ontologia. Tal transição envolve a articulação de seus estudos prévios acerca da percepção e da corporeidade com os desdobramentos filosóficos dos postulados da física e da biologia da primeira metade do século. A partir de uma reformulação do conceito de natureza, fomentada não só pelas ciências supracitadas como pela metafísica de Whitehead, Merleau-Ponty propõe a admissão da natureza como um fluxo de expressividade temporal autoprodutora de sentido, incorporando ao âmago do ser a temporalidade e a negatividade antes exclusivas ao para-si. A carne de Merleau-Ponty, como veremos, está em harmonia com a noção de processo de Whitehead, apontando assim um certo hilozoísmo pré-socrático na ontologia de ambos. Dito isso, o objetivo do artigo consiste em examinar a ontologia indireta de Merleau-Ponty, indicando sua convergência com a filosofia de Whitehead para, finalmente, introduzirmos uma crítica incipiente a partir da obra de Francisco Varela. Defende-se aqui que o conceito de autopoiesis pode indicar uma alternativa à noção merleau-pontiana de natureza.https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/922Merleau-Ponty; Whitehead; Varela; Ontologia; Natureza; Autopoiesis. |
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No final da década de 1950, Merleau-Ponty desloca seu foco de investigação da fenomenologia à ontologia. Tal transição envolve a articulação de seus estudos prévios acerca da percepção e da corporeidade com os desdobramentos filosóficos dos postulados da física e da biologia da primeira metade do século. A partir de uma reformulação do conceito de natureza, fomentada não só pelas ciências supracitadas como pela metafísica de Whitehead, Merleau-Ponty propõe a admissão da natureza como um fluxo de expressividade temporal autoprodutora de sentido, incorporando ao âmago do ser a temporalidade e a negatividade antes exclusivas ao para-si. A carne de Merleau-Ponty, como veremos, está em harmonia com a noção de processo de Whitehead, apontando assim um certo hilozoísmo pré-socrático na ontologia de ambos. Dito isso, o objetivo do artigo consiste em examinar a ontologia indireta de Merleau-Ponty, indicando sua convergência com a filosofia de Whitehead para, finalmente, introduzirmos uma crítica incipiente a partir da obra de Francisco Varela. Defende-se aqui que o conceito de autopoiesis pode indicar uma alternativa à noção merleau-pontiana de natureza. |
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