Summary: | O objetivo deste artigo é abordar o caráter despolitizante da retórica da corrupção e como esta é um verdadeiro fenômeno da substancialização hegemônica da pequena política na realidade neoliberal brasileira. Sem perder de vista a categoria determinante das condições materiais e a concepção dialética da história, a hipótese que conjuga este estudo é de que, no neoliberalismo, o Capital soma esforços para estabelecer um afastamento entre os sujeitos e os temas da grande política e, para tanto, espetaculariza o terreno da pequena política. O presente artigo, desse modo, é guiado por importantes chaves gramscianas - como a hegemonia, a busca por consenso e a ideia de intelectual - ao tratar da realidade neoliberal, do espetáculo e da corrupção como retórica. Além disso, analisa-se como a lógica do Espetáculo, cunhada por Debord, dificulta a ação política, no contexto neoliberal, e corrobora para a aceitação de retóricas como a da própria corrupção.
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