O comportamento dos Anofelinos do subgênero Kerteszia, no sul do Brasil e o efeito do inseticida DDT The behaviour of the subgenus Kerteszia of Anopheles in South Brazil, and the effect of DDT sprays
Informações sobre o comportamento dos Kerteszia obtidas nos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, foram comparadas entre si e com dados relativos a outros anofelinos neotrópicos e etiópicos. Das conclusões obtidas destacam-se: 1. Em seguida ao pôr do sol os Kerteszia tornam-se mais ativos n...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Instituto Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde
1974-01-01
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Series: | Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02761974000200001 |
Summary: | Informações sobre o comportamento dos Kerteszia obtidas nos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, foram comparadas entre si e com dados relativos a outros anofelinos neotrópicos e etiópicos. Das conclusões obtidas destacam-se: 1. Em seguida ao pôr do sol os Kerteszia tornam-se mais ativos nas copas das árvores da mata a ao anoitecer, quando começam a se inverter as diferenças microclimáticas existentes entre a floresta e ao ar livre, passam a predominar nas áreas abertas; 2. nas localidades não dedetizadas não existe grande diferença entre a proporção dos Kerteszia que se alimenta dentro das casas e a que tem sido observada para o A. gambiae, na África. Entretanto, memso antes do aparecimento do DDT, os Kerteszia não eram mosquitos endófilos. Para os anofelinos ditos zoófilos, como o A. strodei, a relação entre o número de mosquitos capturados simultaneamente no peridomicílio e dentro de casa, é pelo menos duas vezes mais elevada; 3. Alguns dados sobre a ação impedidora ('deterrency") do DDT, para os kerteszia, mostram que ela é elevadíssima, outros são da mesma ordem de grandeza dos observados para o A. gambiae. Foi verificado que os Kerteszia evitam entrar mesmo em casas com muito pouco inseticida; 4. Apenas uma pequena proporção dos Kerteszia, que se alimenta dentro das casas, pousa nas paredes; a maioria voa diretamente para as pessoas e depois para fora. O tempo de permanência nas superfícies dedetizadas é o mesmo que tem sido observado para outros anofelinos, geralmente inferior a 10 minutos; 5. Ao contrário da maioria dos transmissores de malária a atividade dos Kerteszia, fora da mata, concentra-se nas primeiras horas da noite, quando há maior probabilidade de existir pessoas fora de casa; 6. o estudo do contato homem-mosquito ("man-bitting rate") mostrou que, mesmo nas casas não dedetizadas, esse contato é quase sempre maior fora dos domicilios. Nas localidades dedetizadas a componente externa, desse contato, pode ser até 10 vezes mais elevada. O que, logicamente, resulta do horário de atividade; 7. Os trabalhos de profilaxia do antigo Serviços Nacional de Malária já haviam mostrado que, mesmo com distribuição de medicamentos, essa diminuição dos contatos homem-mosquito dentro das casas e a ação tóxica do inseticida, são suficientes para impedir a transmissão da malária. Fato que, juntamente com os dados das capturas extradomiciliares, sugere a realização de pesquisas visando encontrar medidas capazes de diminuir a densidade dos kerteszia nas áreas freqüentadas pela população humana.<br>The following conclusions were drawn: 1. After sunset the Kerteszia become more active in the tree tops and with the changes of the microclimatic conditions of the begining of the night, they leave the forest in great numbers. 2. In the unsprayed localities the proportion or Kerteszia that feeds indoors are not significantly different of that observed for A. gambiae in Africa. For the zoophilic anophelines, such as A. strodei, this proportion is at least two times higher. However, even before the introduction of residual insecticides the Kerteszia were not endophilic mosquitos. 3. Some data about the deterrency of DDT for the Kerteszia are very high, other are similar to those observed in A. gambiae. It was observed that the Kerteszia are deterred by very small doses of DDT. 4. Only a small proportion of the Kerteszia that feeds indoors, rest on the walls, the majority flies diretly to the persons and after the blood-meal flies outside. the time of contact with sprayed surfaces is same observed for others anophelines, generally less than 10 minutes; 5. The activity of Kerteszia is different of others malaria vectors because they are more active in the begining of the night, when is more probability of existing people outdoors. 6. The study of the man-bitting rate showed that, even in the unspraved areas, the outdoor component is always higher. In the sprayed localities the ratio outdoors/indoors component may reach rates up to 10. 7. The prophylactic works of the "Serviços Nacional de Malária" already showed that, even with distribution of medicines, the diminution of man-bitting activity inside the sprayed dwellings and the toxic action of the insecticide, are insufficient to interupt malaria transmition. This fact with the data of the outdoors catches, suggest research on methods for decreasing Kerteszia densities in the proximity of the human dwellings. |
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ISSN: | 0074-0276 1678-8060 |