Summary: | A Magie Nouvelle é uma arte ilusionista, da qual algumas variações cênicas se apoiam em ilusões de ótica e na perturbação das referências. O blecaute trazido à sua cena oferece um ambiente propício para revelar as aparições mais irreais: os corpos no palco, livres das restrições do real, provocam o encontro com o sentimento mágico. Através de uma experiência sensorial, o espectador mergulha em um universo irracional e cativante que tem o poder evocatório da imagem aberta (Georges Didi-Huberman). O blecaute imersivo tem a faculdade de transformar a opacidade da tela do visível até adquirir as qualidades do visual. Espetáculos como Vibrations (2010) e Notte (Cia 14:20) ou ainda Les Limbes (Cia Mosntre[s], 2014) permitirão demonstrar suas ocorrências. No entanto, se essa abordagem mágica do blecaute parece das mais novas, sua mobilização marcou a história da magia. Esse artigo vai se debruçar, portanto, num primeiro momento, sobre uma recontextualização do uso do blecaute na história da magia, antes de apresentar as modalidades e os desafios contemporâneas próprios à Magie Nouvelle.
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