O Ilá das Iyabás em Alma da África: anciãs e deusas de Antonio Olinto
Nesse artigo, buscaremos refletir sobre a relação que se estabelece entre as representações da mulher idosa e as deusas da mitologia orixaísta, as iyabás, na trilogia Alma da África (2007) de Antonio Olinto, estabelecendo, principalmente, um olhar sobre a importância dessas anciãs na organização de...
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Universidade Federal de Santa Catarina
2021-06-01
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doaj-c7940c8f1fff4486a9fa1b33ba3fb3a72021-06-25T14:40:48ZporUniversidade Federal de Santa CatarinaAnuário de Literatura1414-52352175-79172021-06-012610.5007/2175-7917.2021.e75639O Ilá das Iyabás em Alma da África: anciãs e deusas de Antonio OlintoJosé Ricardo da Costa0Universidade Federal do Rio Grande do Sul Nesse artigo, buscaremos refletir sobre a relação que se estabelece entre as representações da mulher idosa e as deusas da mitologia orixaísta, as iyabás, na trilogia Alma da África (2007) de Antonio Olinto, estabelecendo, principalmente, um olhar sobre a importância dessas anciãs na organização de famílias matrifocais. Buscaremos mostrar que a estrutura familiar matrifocal, fundamental na sociedade tribal africana, reaparece, tanto na sociedade brasileira – notadamente dentre as mulheres afrodescendentes, quanto na sociedade do período de descolonização africana. Em A Casa da Água (2007), primeiro tomo da trilogia Alma da África, lançado em 1967, estudaremos a desterritorialização e a reterritorialização de duas personagens, Catarina – que recupera, posteriormente, seu verdadeiro nome, Ainá – e Epifânia. Em O Rei de Keto (2007), lançado originalmente em 1980, resgataremos a busca da velha comerciante Aduké pela educação de sua filha, Ainá, dentro dos valores tribais, enquanto sua sucessora no matriarcado. Finalmente, em Trono de Vidro (2007), lançado pela comemoração do centenário da abolição da escravatura, em 1987, encontraremos Mariana, que aparecera, na infância e fase adulta, em A Casa da Água (2007), mostrando sua força nos âmbitos sociais, políticos e econômicos, nas vésperas de completar, ela própria, seu centenário, auxiliando a neta, Mariana Ilufemi, na redemocratização do fictício país de Zorei. A partir de teóricos como Beauvoir, Elias, Bordieu, Davis e Meletínski, este estudo tenta reconhecer a influência da mítica orixaísta, na figura de suas deusas ancestrais, na consolidação de um matriarcado tribal. https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/75639Alma da ÁfricaAntônio OlintoIyabásMatriarcadoAnciãs |
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Nesse artigo, buscaremos refletir sobre a relação que se estabelece entre as representações da mulher idosa e as deusas da mitologia orixaísta, as iyabás, na trilogia Alma da África (2007) de Antonio Olinto, estabelecendo, principalmente, um olhar sobre a importância dessas anciãs na organização de famílias matrifocais. Buscaremos mostrar que a estrutura familiar matrifocal, fundamental na sociedade tribal africana, reaparece, tanto na sociedade brasileira – notadamente dentre as mulheres afrodescendentes, quanto na sociedade do período de descolonização africana. Em A Casa da Água (2007), primeiro tomo da trilogia Alma da África, lançado em 1967, estudaremos a desterritorialização e a reterritorialização de duas personagens, Catarina – que recupera, posteriormente, seu verdadeiro nome, Ainá – e Epifânia. Em O Rei de Keto (2007), lançado originalmente em 1980, resgataremos a busca da velha comerciante Aduké pela educação de sua filha, Ainá, dentro dos valores tribais, enquanto sua sucessora no matriarcado. Finalmente, em Trono de Vidro (2007), lançado pela comemoração do centenário da abolição da escravatura, em 1987, encontraremos Mariana, que aparecera, na infância e fase adulta, em A Casa da Água (2007), mostrando sua força nos âmbitos sociais, políticos e econômicos, nas vésperas de completar, ela própria, seu centenário, auxiliando a neta, Mariana Ilufemi, na redemocratização do fictício país de Zorei. A partir de teóricos como Beauvoir, Elias, Bordieu, Davis e Meletínski, este estudo tenta reconhecer a influência da mítica orixaísta, na figura de suas deusas ancestrais, na consolidação de um matriarcado tribal.
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