ENTRE REAL E IRREAL: O NARRADOR E AS DIMENSÕES DA INTERSUBJETIVIDADE

A narrativa mergulha no narrador que lhe imprime a sua marca. A relação entre o ouvinte e o narrador é dominada pelo interesse em conservar o que foi narrado – o importante é assegurar a possibilidade de reprodução da história, função conferida à memória, a mais épica de todas as faculdades. O narra...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vera Lucia Albuquerque de Moraes
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Federal do Ceará 2016-01-01
Series:Revista de Letras
Online Access:http://periodicos.ufc.br/revletras/article/view/2233
Description
Summary:A narrativa mergulha no narrador que lhe imprime a sua marca. A relação entre o ouvinte e o narrador é dominada pelo interesse em conservar o que foi narrado – o importante é assegurar a possibilidade de reprodução da história, função conferida à memória, a mais épica de todas as faculdades. O narrador figura entre os mestres e os sábios: ele sabe dar conselhos, pode recorrer ao acervo de toda uma vida, que não inclui apenas a própria experiência, mas, em grande parte, a experiência alheia. O narrador se sofisticou tecnicamente: utiliza vários recursos, como o fluxo da consciência, a colagem, as várias vozes, entre outros, mas permanece o mesmo narrador de antes. A unidade na diversidade se dá porque o elemento básico do romance é o foco narrativo. O excessivo conhecimento da narrativa pelo narrador é um dos recursos técnicos mais usuais: ao acontecer isso, o leitor apresenta dois sentimentos: o de respeito e o de surpresa. Respeita o saber do narrador e quer entender o que ele adiantou com parcimônia. Este tipo de artifício – o adiantamento – também revela o narrador, acentua sua presença e faz o leitor ainda mais dependente dele, passando a subordinar-se a uma atitude de “ler” nas entrelinhas. Palavras-chave: narrador, leitor, memória.
ISSN:0101-8051
2358-4793