Família, subjetividade e linguagem: gramáticas da criança "anormal" Family, subjectivity and language: the "abnormal" child grammar
O artigo procura refletir sobre o impacto do nascimento social de uma criança "anormal" na família. Propõe uma grade conceitual, abstraída da antropologia e da filosofia da linguagem, que permita articular sujeito e contexto social. Analisa um rico material empírico, baseado em histórias d...
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Format: | Article |
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Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
2001-01-01
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Series: | Ciência & Saúde Coletiva |
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doaj-c3d0efb4a69c4ef38ec8af26c551b1b82020-11-24T21:23:08ZengAssociação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde ColetivaCiência & Saúde Coletiva1413-81231678-45612001-01-016112513710.1590/S1413-81232001000100011Família, subjetividade e linguagem: gramáticas da criança "anormal" Family, subjectivity and language: the "abnormal" child grammarFátima CavalcanteO artigo procura refletir sobre o impacto do nascimento social de uma criança "anormal" na família. Propõe uma grade conceitual, abstraída da antropologia e da filosofia da linguagem, que permita articular sujeito e contexto social. Analisa um rico material empírico, baseado em histórias de vida de famílias com filhos excepcionais, de uma pesquisa desenvolvida no município do Rio de Janeiro. Faz uma descrição densa das etapas iniciais, pelas quais a família passa, quando descobre a anormalidade mental de seu filho, na primeira infância. Este enfoque valoriza a capacidade das famílias de comunicarem sua experiência de enfrentamento da anormalidade, como aprendizado, luta e sabedoria de vida. As conclusões revelam que o momento do diagnóstico é delicadíssimo, pois transforma o ser da criança e inaugura um novo pai e uma nova mãe. As reações à dor serão inevitáveis. Um acolhimento e uma orientação clara são fundamentais. A rotina familiar se altera. Uma ética da responsabilidade e do sacrifício se impõe pelos cuidados ao filho. A família precisa desenvolver um novo estoque de conhecimento. O apoio familiar é crucial, para que a família tenha condições de fazer face ao desespero, à confusão, à desorientação. O combate mais difícil é contra a discriminação social porque traz, como conseqüência, uma dor que fere por dentro e por fora.<br>This paper discuss how the birth of an "abnormal" child causes a social impact in the family's life. In order to articulate the individual and the social levels, it was integrated some conceptual notions from antrophology and philosophy of language. This study is based upon an empirical data of life histories from "abnormal" children's families, which was collected in a research made in Rio de Janeiro. In these analyses, it is done some descriptions of families' reactions when they find out about their children's mental illness. It is also given an emphasis in the families' capabilities to communicate their own experience against the abnormality, as a learning way of gaining strength and wisdom. The conclusions say that the procedure to communicate the diagnosis is very important, because it changes the child condition to an "abnormal" one, and it also creates a new kind of mother, and a new kind of father. A lot of pain will have to be faced. It is necessary to comfort the families and to give them the right orientations. Families' routines will be changed. A new kind of care will be developed with these children; new responsibilities and some sacrifice's acts will be expected from their families. It is needed a new repertory of knowledge. It is very important to offer family support in order to help them to overcome desperation, confusion, and disorientation. But, what it is more difficulty than anything is the fight against the social discrimination, which injures people inside and outside.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232001000100011FamíliaLinguagem e subjetividadeCriança anormalDoença mental infantilFamilySubjectivity and languageAbnormal childChild mental illness |
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