APRESENTAÇAO PERCEPTIVA NO AUTISMO: ESTUDO DA AUTOBIOGRAFIA DE DONNA WILLIAMS
No presente artigo analisamos o material clínico da autista Donna Williams com objetivo de pesquisar o trabalho de transformação do sensorial-perceptual por intermédio da apresentação perceptiva. Dialogamos com as contribuições dos psicanalistas Cesar e Sara Botella e com as contribuições do psicana...
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Universidade Estadual de Maringá
2018-04-01
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doaj-c3c7a65f8ef1444185211a2167af760a2021-06-02T01:25:59ZengUniversidade Estadual de MaringáPsicologia em Estudo1413-73721807-03292018-04-01230354510.4025/psicolestud.v23i0.3784118514APRESENTAÇAO PERCEPTIVA NO AUTISMO: ESTUDO DA AUTOBIOGRAFIA DE DONNA WILLIAMSMarina Martins Bialer0Nelson Ernesto Coelho Júnior1USPProfessor Psicologia Experimental USPNo presente artigo analisamos o material clínico da autista Donna Williams com objetivo de pesquisar o trabalho de transformação do sensorial-perceptual por intermédio da apresentação perceptiva. Dialogamos com as contribuições dos psicanalistas Cesar e Sara Botella e com as contribuições do psicanalista Roussillon, acerca da importância da reflexibilidade para a percepção e para o reconhecimento enquanto apoio para o processo de simbolização dos primeiros traços perceptivos que precisam ser investidos e associados entre si. No decorrer do texto, tecemos a hipótese de que ao inventar modalidades de espelhamento compensatório, Donna pôde reapresentar traços perceptuais ainda não representados, cuja apresentação perceptiva é preliminar à própria capacidade destes serem representados. Nesse âmbito nos apoiamos nos estudos da psicanalista Laznik acerca da premência da elisão na clínica com os autistas para pensar a existência de traços mnêmicos no autismo que existem, mas não são investidos. Por ficarem completamente sem investimento, não se instalam trilhamentos e ligações, impedindo o surgimento de representações e a complexificação do psiquismo oriundo da organização de representações. Em contraponto, abarcamos um trabalho psíquico de simbolização do registro sensorial por meio da projeção destes traços e, nessa linha de argumentação, demonstraremos como a transferência desses traços, por meio da figuração, favoreceu uma especularidade através desses anteparos que propiciaram a função compensatória de espelhamento.http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/PsicolEstud/article/view/37841Autismopsicanálisepercepção. |
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No presente artigo analisamos o material clínico da autista Donna Williams com objetivo de pesquisar o trabalho de transformação do sensorial-perceptual por intermédio da apresentação perceptiva. Dialogamos com as contribuições dos psicanalistas Cesar e Sara Botella e com as contribuições do psicanalista Roussillon, acerca da importância da reflexibilidade para a percepção e para o reconhecimento enquanto apoio para o processo de simbolização dos primeiros traços perceptivos que precisam ser investidos e associados entre si. No decorrer do texto, tecemos a hipótese de que ao inventar modalidades de espelhamento compensatório, Donna pôde reapresentar traços perceptuais ainda não representados, cuja apresentação perceptiva é preliminar à própria capacidade destes serem representados. Nesse âmbito nos apoiamos nos estudos da psicanalista Laznik acerca da premência da elisão na clínica com os autistas para pensar a existência de traços mnêmicos no autismo que existem, mas não são investidos. Por ficarem completamente sem investimento, não se instalam trilhamentos e ligações, impedindo o surgimento de representações e a complexificação do psiquismo oriundo da organização de representações. Em contraponto, abarcamos um trabalho psíquico de simbolização do registro sensorial por meio da projeção destes traços e, nessa linha de argumentação, demonstraremos como a transferência desses traços, por meio da figuração, favoreceu uma especularidade através desses anteparos que propiciaram a função compensatória de espelhamento. |
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