A auto-organização da vida como pressuposto para a compreensão da morte infantil The life self-organization as a requirement to understand the infancy death

Indicador de saúde tradicionalmente valorizado e reconhecido, a mortalidade infantil é ainda um desafio para os governos e instituições nacionais e internacionais interessadas/envolvidas na luta pelo seu declínio. Suas causas estão ligadas basicamente às pneumonias e às gastroenterites; patologias q...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Helena de Oliveira, Maria Cecília de Souza Minayo
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva 2001-01-01
Series:Ciência & Saúde Coletiva
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232001000100012
Description
Summary:Indicador de saúde tradicionalmente valorizado e reconhecido, a mortalidade infantil é ainda um desafio para os governos e instituições nacionais e internacionais interessadas/envolvidas na luta pelo seu declínio. Suas causas estão ligadas basicamente às pneumonias e às gastroenterites; patologias que têm seu círculo vicioso agravado e/ou desencadeado pela desnutrição. Em busca de uma abordagem menos biológica, e no fundo de intervenções mais efetivas e eficazes, os estudos mais recentes têm sido direcionados aos fatores socioeconômicos que aumentariam o risco de doença e de morte no primeiro ano de vida. Classe social, escolaridade materna, saneamento básico e renda familiar são algumas das variáveis às quais se atribui esse risco diferenciado. Um instigante questionamento, entretanto, persiste: considerando famílias da mesma classe social, renda familiar e escolaridade materna, por exemplo, por que em algumas morrem crianças pequenas e em outras não? Esse questionamento inspirou este artigo que, a partir da teoria da auto-organização, busca contribuir para o elucidamento dos complexos mecanismos envolvidos na morte de crianças no primeiro ano de vida. Parte-se do pressuposto de que a dinâmica familiar, compreendida dentro do conceito de auto-organização, cria as condições para esse aumentado risco de mortalidade infantil.<br>Considered as a health indicator traditionally valorised and recognised, infancy death is still a challenge for the Governments and institutions, both nationally and internationally, which are struggling to reduce those numbers. The causes of infancy death are linked, mainly, to pneumonia and gastro-enteritis pathologies that have a vicious circle that is enhanced and/or disseminated by under-nourishment. Searching for a less biological way and, in fact, more effective and efficient interventions, recent studies are being directed by social-economical factors as indicative of illness and death increase during the first year of life. Social class, mother's educational background, basic sewage system and family's income are some of the variables which can be attributed this differentiated risk. But an instigating question persists: considering families with similar social class, income and educational background, for instance, why some children die still in infancy and others do not? This questioning inspired this article that, from a self-organisation theory, search for a contribution to clarify the complex mechanisms related to death in the first year of life. We suppose that the family's dynamics, understood inside the concept of self-organisation, generates the conditions for increasing the risk of infancy death.
ISSN:1413-8123
1678-4561