Choque cardiogénico no enfarte agudo do miocárdio: o que mudou nos últimos 10 anos?

Resumo: Introdução: Apesar dos avanços terapêuticos, a letalidade do choque cardiogénico (CC) associado ao enfarte agudo do miocárdio (EAM) permanece elevada. Objetivo: Comparar 2 grupos de doentes com CC associado ao EAM, admitidos com um intervalo de 10 anos. Métodos: Análise retrospetiva de 2 po...

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Main Authors: Hélder Dores, Jorge Ferreira, Francisco Costa, Carlos Aguiar, Gonçalo Cardoso, Rui Teles, Pedro de Araújo Gonçalves, Luís Raposo, Marisa Trabulo, Manuel de Sousa Almeida, José Pedro Neves, Miguel Mendes
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2013-09-01
Series:Revista Portuguesa de Cardiologia
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0870255113000711
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description Resumo: Introdução: Apesar dos avanços terapêuticos, a letalidade do choque cardiogénico (CC) associado ao enfarte agudo do miocárdio (EAM) permanece elevada. Objetivo: Comparar 2 grupos de doentes com CC associado ao EAM, admitidos com um intervalo de 10 anos. Métodos: Análise retrospetiva de 2 populações de doentes com CC associado ao EAM admitidos entre maio/1998-maio/2001 (Grupo A) e maio/2008-maio/2011 (Grupo B). Compararam-se as características clínicas, diagnóstico, tratamento e complicações e analisaram-se os preditores de morte aos 6 meses. Resultados: A incidência de CC foi 3,7% no Grupo A (n = 25) e 4,8% no Grupo B (n = 42). Não existiram diferenças significativas nas características demográficas e clínicas, exceto na idade (60,2 ± 12,3 versus 66,5 ± 11,3 anos; p = 0,043) e doentes admitidos com < 6 h de sintomas (29,2 versus 54,8%, p = 0,045). O cateterismo da artéria pulmonar diminuiu (52,0 versus 19,0%, p = 0,005) e as técnicas dialíticas aumentaram (4,0 versus 28,6%, p = 0,014). A proporção de doentes reperfundidos nas primeiras 12 h ou revascularizados foi semelhante, mas a intervenção coronária percutânea (ICP) aumentou (75,0 versus 92,9%, p = 0,042). As complicações intra-hospitalares, mortalidade aos 30 d (32,0 versus 35,7%; p = 0,757) e 6 meses (36,0 versus 42,9%; p = 0,683) não diferiram. A diabetes foi a única característica basal preditora independente de morte aos 6 meses (HR 3,02; IC 95% 1,38-6,60; p = 0,006) e os doentes revascularizados apresentaram menor mortalidade (HR 0,11; IC95% 0,03-0,42; p = 0,001). Conclusão: Nos últimos 10 anos, apesar da chegada mais precoce dos doentes ao hospital, da maior utilização de algumas medidas de suporte e acesso à ICP, a mortalidade a curto e médio prazo não se alterou. Abstract: Background: Despite improvements in treatment, mortality associated with cardiogenic shock (CS) following acute myocardial infarction remains high. Aim: To compare two groups of patients admitted with CS over a 10-year time span. Methods: We performed a retrospective analysis of two patient populations presenting with CS admitted in the periods May 1998-May 2001 (group A) and May 2008-May 2011 (group B). Clinical characteristics, diagnostic methods, treatment and outcomes were compared, and independent predictors of death at six months were analyzed. Results: The incidence of CS was 3.7% in group A (n=25) and 4.8% in group B (n=42). There were no significant differences in clinical characteristics except for age (60.2±12.3 vs. 66.5±11.3 years; p=0.043) and the proportion of patients admitted within six hours of symptom onset (29.2% vs. 54.8%, p=0.045). There was a reduction in use of pulmonary artery catheterization (52.0% vs. 19.0%, p=0.005) but an increase in dialysis (4.0% vs. 28.6%, p=0.014). There was no difference in the proportion of patients reperfused within 12 hours or revascularized, but use of percutaneous coronary intervention (PCI) increased (75.0% vs. 92.9%, p=0.042). There were no differences in outcomes, including mortality at 30 days (32.0 vs. 35.7%; p=0.757) and six months (36.0 vs. 42.9%; p=0.683). Diabetes was the sole baseline characteristic identified as an independent predictor of death at six months (hazard ratio [HR] 3.02; 95% confidence interval [CI] 1.38-6.60; p=0.006) and mortality was lower among revascularized patients (HR 0.11; 95% CI 0.03-0.42; p=0.001). Conclusions: Over a 10-year time span, despite earlier hospital admission and increased use of support therapies and PCI, short- and medium-term mortality remained unchanged. Palavras-chave: Choque cardiogénico, Falência ventricular esquerda, Enfarte agudo do miocárdio, Revascularização miocárdica, Keywords: Cardiogenic shock, Left ventricular pump failure, Acute myocardial infarction, Myocardial revascularization
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Objetivo: Comparar 2 grupos de doentes com CC associado ao EAM, admitidos com um intervalo de 10 anos. Métodos: Análise retrospetiva de 2 populações de doentes com CC associado ao EAM admitidos entre maio/1998-maio/2001 (Grupo A) e maio/2008-maio/2011 (Grupo B). Compararam-se as características clínicas, diagnóstico, tratamento e complicações e analisaram-se os preditores de morte aos 6 meses. Resultados: A incidência de CC foi 3,7% no Grupo A (n = 25) e 4,8% no Grupo B (n = 42). Não existiram diferenças significativas nas características demográficas e clínicas, exceto na idade (60,2 ± 12,3 versus 66,5 ± 11,3 anos; p = 0,043) e doentes admitidos com < 6 h de sintomas (29,2 versus 54,8%, p = 0,045). O cateterismo da artéria pulmonar diminuiu (52,0 versus 19,0%, p = 0,005) e as técnicas dialíticas aumentaram (4,0 versus 28,6%, p = 0,014). A proporção de doentes reperfundidos nas primeiras 12 h ou revascularizados foi semelhante, mas a intervenção coronária percutânea (ICP) aumentou (75,0 versus 92,9%, p = 0,042). As complicações intra-hospitalares, mortalidade aos 30 d (32,0 versus 35,7%; p = 0,757) e 6 meses (36,0 versus 42,9%; p = 0,683) não diferiram. A diabetes foi a única característica basal preditora independente de morte aos 6 meses (HR 3,02; IC 95% 1,38-6,60; p = 0,006) e os doentes revascularizados apresentaram menor mortalidade (HR 0,11; IC95% 0,03-0,42; p = 0,001). Conclusão: Nos últimos 10 anos, apesar da chegada mais precoce dos doentes ao hospital, da maior utilização de algumas medidas de suporte e acesso à ICP, a mortalidade a curto e médio prazo não se alterou. Abstract: Background: Despite improvements in treatment, mortality associated with cardiogenic shock (CS) following acute myocardial infarction remains high. Aim: To compare two groups of patients admitted with CS over a 10-year time span. Methods: We performed a retrospective analysis of two patient populations presenting with CS admitted in the periods May 1998-May 2001 (group A) and May 2008-May 2011 (group B). Clinical characteristics, diagnostic methods, treatment and outcomes were compared, and independent predictors of death at six months were analyzed. Results: The incidence of CS was 3.7% in group A (n=25) and 4.8% in group B (n=42). There were no significant differences in clinical characteristics except for age (60.2±12.3 vs. 66.5±11.3 years; p=0.043) and the proportion of patients admitted within six hours of symptom onset (29.2% vs. 54.8%, p=0.045). There was a reduction in use of pulmonary artery catheterization (52.0% vs. 19.0%, p=0.005) but an increase in dialysis (4.0% vs. 28.6%, p=0.014). There was no difference in the proportion of patients reperfused within 12 hours or revascularized, but use of percutaneous coronary intervention (PCI) increased (75.0% vs. 92.9%, p=0.042). There were no differences in outcomes, including mortality at 30 days (32.0 vs. 35.7%; p=0.757) and six months (36.0 vs. 42.9%; p=0.683). Diabetes was the sole baseline characteristic identified as an independent predictor of death at six months (hazard ratio [HR] 3.02; 95% confidence interval [CI] 1.38-6.60; p=0.006) and mortality was lower among revascularized patients (HR 0.11; 95% CI 0.03-0.42; p=0.001). Conclusions: Over a 10-year time span, despite earlier hospital admission and increased use of support therapies and PCI, short- and medium-term mortality remained unchanged. Palavras-chave: Choque cardiogénico, Falência ventricular esquerda, Enfarte agudo do miocárdio, Revascularização miocárdica, Keywords: Cardiogenic shock, Left ventricular pump failure, Acute myocardial infarction, Myocardial revascularizationhttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0870255113000711