Summary: | O presente artigo pretende demonstrar a contradição existente na concepção da construção da identidade como sinônimo de uma identificação com o que está estabelecido na cultura e no meio social. A contradição desta concepção se expressa na desconsideração do movimento próprio das alteridades que transformam a realidade a partir da própria condição das diferenças. Nas diferenças, estão a propulsão ao desenvolvimento das novas formas de interação entre sujeito e seu meio. Em muitas circunstâncias a noção de identidade tem servido para criar distinções de condições de vida, ao mesmo tempo em que propicia o não reconhecimento das distinções individuais. A condição de preconceito e segregação que, por vezes, vivem as pessoas portadoras de deficiência é emblemática do resultado da relação entre identidade e diferença numa sociedade que prima pelo padrão de “normalidade”. As pessoas com deficiência, por não se enquadrarem num processo de identificação igual ao padrão, são colocadas em um lugar social de diferenciação. A representação social desse lugar de diferenciação torna-se sinônimo de impossibilidade do exercício próprio à vida humana
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