A experiência limite dos refugos que falam.

O presente artigo parte do questionamento de Gayatri Spivak, acerca da (im)possibilidade de fala dos sujeitos subalternos. O memorialismo é apontado como estratégia destes "refugos humanos", cumprindo o desafio de desconstruir uma imagem preconcebida de inutilidade e repulsa. Ao erigirem u...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Darlan Santos, Jacques Fux
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Federal do Ceará 2016-01-01
Series:Revista de Letras
Online Access:http://periodicos.ufc.br/index.php/revletras/article/view/1456
Description
Summary:O presente artigo parte do questionamento de Gayatri Spivak, acerca da (im)possibilidade de fala dos sujeitos subalternos. O memorialismo é apontado como estratégia destes "refugos humanos", cumprindo o desafio de desconstruir uma imagem preconcebida de inutilidade e repulsa. Ao erigirem um texto, sob a égide de seu nome próprio, os seres humanos refugados estão, na verdade, reivindicando o respeito e o reconhecimento de que também possuem uma história de vida que merece ser contada e ser ouvida. Neste sentido, evidencia-se, como obra exemplar, Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus. O livro, escrito em forma de diário, traz o cotidiano desta mulher, que cria sozinha três filhos em uma favela de São Paulo, sobrevivendo graças à coleta de papéis e de todo o tipo de lixo, revendido como sucata. Na condução deste debate, considera-se, ainda, a concepção de favela, o papel do mediador e a "experiência-limite, proposta por Blanchot. Palavras-chave: Refugos Humanos, Memorialismo, Experiência-limite.
ISSN:0101-8051
2358-4793