Summary: | O presente artigo discute a proliferação de curas e terapias fraudulentas que surgem e evanescem cotidianamente na Internet. A clientela dessas fraudes, vulnerabilizada pela doença e pela perspectiva da morte, utiliza a Internet para adquirir produtos que seriam possivelmente ignorados em outros contextos. Tal vulnerabilidade se liga a contingências físicas desgastantes que comprometem a capacidade de decisão. A tentativa de controlar o fenômeno das fraudes de forma estritamente racional, sem levar em conta a vulnerabilidade desse consumidor que pouco tem a perder e sem considerar suas demandas de integralidade, pode conduzir a resultados desapontadores, já que as panacéias parecem estar preenchendo os lapsos deixados por estruturas assistenciais que têm sido insensíveis à imaterialidade dos medos humanos.
|