Retratos de desaparecidos no Espaço de Memória e Direitos Humanos (ESMA), Argentina
O regime político ditatorial, que emergiu na América Latina a partir da década de 1960, foi caracterizado por uma postura autoritária e de significativas violações aos direitos humanos. Para conseguir seus objetivos e aniquilar o suposto inimigo, foi utilizado recursos ortodoxos militares, como, por...
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Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura
2019-05-01
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Series: | Revista Latino Americana de Estudos em Cultura e Sociedade |
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doaj-bfddaea09cd84565a0dadf5d276378a12020-11-24T22:14:36ZspaCentro Latino-Americano de Estudos em CulturaRevista Latino Americana de Estudos em Cultura e Sociedade2525-78702019-05-015410.23899/relacult.v5i4.1085588Retratos de desaparecidos no Espaço de Memória e Direitos Humanos (ESMA), ArgentinaKatia Helena Rodrigues Dias0Francisca Ferreira Michelon1Universidade Federal de PelotasUniversidade Federal de PelotasO regime político ditatorial, que emergiu na América Latina a partir da década de 1960, foi caracterizado por uma postura autoritária e de significativas violações aos direitos humanos. Para conseguir seus objetivos e aniquilar o suposto inimigo, foi utilizado recursos ortodoxos militares, como, por exemplo, tortura física e psicológica. Para essas práticas, eram necessários locais onde centenas de milhares de pessoas em condições sub-humanas estiveram em cativeiro, sendo que a maioria desapareceu nessas circunstâncias. Esses lugares ficaram conhecidos como Centros Clandestinos de Detenção, Tortura e Extermínio (CCDTE), e na atualidade alguns foram ressignificados como Espaços de Memória e Direitos Humanos. Na Argentina, durante a última ditadura civil-militar (1976-1983), um dos mais emblemáticos é onde funcionou a Escola de Mecânica Armada (ESMA). As desaparições ocorridas durante esse período, hoje se fazem presentes pela imagem dos desaparecidos. As imagens, portanto, são enunciativas do desaparecimento e sua história. Convergem para o discurso de uma vida interrompida e das razões políticas que levaram a isso. De forma simbólica, essas fotografias tem o desejo de que a memória desse passado recente não se esmaeça com o tempo, evocam o “não esquecimento”. O espaço de memória imprime, por meio da sua visualidade, um sentimento dúbio do que se vê e do que não pode ser visto, do que é e do que era e foi ocultado. É o sentimento imanente da presentificação da ausência.http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/1085Ciências HumanasCiências Sociais |
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Katia Helena Rodrigues Dias Francisca Ferreira Michelon |
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O regime político ditatorial, que emergiu na América Latina a partir da década de 1960, foi caracterizado por uma postura autoritária e de significativas violações aos direitos humanos. Para conseguir seus objetivos e aniquilar o suposto inimigo, foi utilizado recursos ortodoxos militares, como, por exemplo, tortura física e psicológica. Para essas práticas, eram necessários locais onde centenas de milhares de pessoas em condições sub-humanas estiveram em cativeiro, sendo que a maioria desapareceu nessas circunstâncias. Esses lugares ficaram conhecidos como Centros Clandestinos de Detenção, Tortura e Extermínio (CCDTE), e na atualidade alguns foram ressignificados como Espaços de Memória e Direitos Humanos. Na Argentina, durante a última ditadura civil-militar (1976-1983), um dos mais emblemáticos é onde funcionou a Escola de Mecânica Armada (ESMA). As desaparições ocorridas durante esse período, hoje se fazem presentes pela imagem dos desaparecidos. As imagens, portanto, são enunciativas do desaparecimento e sua história. Convergem para o discurso de uma vida interrompida e das razões políticas que levaram a isso. De forma simbólica, essas fotografias tem o desejo de que a memória desse passado recente não se esmaeça com o tempo, evocam o “não esquecimento”. O espaço de memória imprime, por meio da sua visualidade, um sentimento dúbio do que se vê e do que não pode ser visto, do que é e do que era e foi ocultado. É o sentimento imanente da presentificação da ausência. |
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