Summary: | <p>O advento do digital na área da informação mudou profundamente, em menos de duas décadas, o universo das mídias. Iessa emergência levou a um questionamento sobre a noção de público e de mídia, o público não é mais a audiência inerte de sondagens e pesquisas de opinião, ele tornou-se um ator ativo, um metarreceptor cuja “zona proximal de desenvolvimento”, para usar o conceito de Lev Vigotski, a internet aumentou significativamente. Uma das primeiras consequências desse <em>coming out</em> dos públicos corresponde ao desaparecimento parcial do que Eliseo Verón chamava de "interfaces midiáticas", ou seja as instituições, os dispositivos, os mediadores que geram e garantem a relação entre o cidadão, o espaço público e político e, acima de tudo, o campo jornalístico. Quanto aos suportes, são as plataformas que, a partir de agora, podem garantir essa relação e, muitas vezes sozinhos, os algoritmos de robôs. Quanto aos conteúdos e locutores, a coroação do amador ou do especialista, a partir da prática do <em>blogging</em>, onipresente nas edições do <em>Huffington Post</em>, é um fato consumado. O jornal online transformou-se em um texto-percurso, que repousa sobre uma nova prática de consumo, de questionamento e de verificação da informação, prática indexada e traçada a qual o público, consciente ou inconscientemente, faz a sua parte contribuindo para a visibilidade e a hierarquia dos acontecimentos, mas também para monetização do novo capitalismo cognitivo.</p><p>DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.21882/ruc.v5i8.685">http://dx.doi.org/10.21882/ruc.v5i8.685</a></p> <p><em>Recebido em: 25/10/2016</em></p> <p><em>Aceito em: 30/05/2017</em></p><p> </p>
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