Summary: | Desenvolvimentos culturais são baseados, em graus consideráveis, em intercâmbios com outras culturas. O sistema educacional como elemento crucial da cultura de um país é particularmente sensível às influências transmitidas de outras culturas. O século XIX e a primeira metade do século XX, as épocas do colonialismo e do Imperialismo Europeu, apresentam formas especiais de relações culturais entre as metrópoles européias e as periferias além-mar, formas designadas por "imperialismo cultural" por Pyenson. O estabelecimento e a expansão de um sistema educacional próprio pelos colonos alemães nos Estados do Sul da Federação Brasileira constitui um caso revelador desse imperialismo cultural. Neste artigo se apresentam pela primeira vez fontes abundantes de documentos não ainda explorados para esses processos, em dois arquivos alemães. As fontes são aqui utilizadas para analisar o quadro geral das relações culturais entre a Alemanha e as regiões de colonização alemã no Brasil, no contexto do sentimento, sempre crescente, do nacionalismo brasileiro, para nacionalizar as escolas dos imigrantes e estabelecer um sistema coerente de educação. Além disso, o artigo dá indicações sobre a história educacional no Brasil, sobre a história de escolas individuais e sobre a história da didática das disciplinas escolares, em particular da educação matemática, e abre assim uma área extensa de pesquisas históricas.
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