Summary: | Com o aumento da expectativa de vida das populações urbanas observa-se também o acréscimo na ocorrência das doenças crônicas degenerativas, sendo o Diabetes Mellitus (DM) uma das condições de agravo em que o impacto sobre a sociedade como um todo, e o Sistema de Saúde em particular, apresenta-se como elemento de difícil gerenciamento. Aspectos relacionados às condições socioeconômicas das populações, aos padrões de qualificação dos recursos humanos em saúde, aos padrões de consumo das famílias e ao acesso aos recursos de assistência farmacêutica, emergem como importantes fatores condicionantes da aderência aos protocolos de tratamento. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o sistema de gerenciamento do DM e o número de pacientes portadores de insuficiência renal como um indicativo de deficiência de gerenciamento em uma cidade do interior do estado de São Paulo, assim como suas falhas e dificuldades, utilizando como ferramenta um questionário com perguntas específicas sobre o processo de gestão, aplicado aos profissionais coordenadores dos serviços de enfermagem. Evidenciou-se que 23% da população do município portava DM, e um volume variável de indivíduos apresentou como comorbidade a insuficiência renal. Das 4 unidades estudadas, as duas maiores demonstraram falhas no processo gerencial, tendo sido apontadas como causas a alta demanda, a escassez de recursos humanos capacitados, a condição de carência social da população, a dificuldade de compreensão sobre a doença e seus agravos, a ausência de equipes multiprofissionais, e o baixo volume de investimentos em estruturas de saúde. Observou-se também a necessidade de incorporação de ferramenta de gestão sistêmica de informações que permita à equipe local melhor manejo e conhecimento dos dados epidemiológicos da população assistida.
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