Higiene mental de guerra
Uma das caraterísticas da presente guerra é a de ser, mais que qualquer outra, uma guerra psicológica. Embora o emprego dos recursos psicológicos como arma de guerra não constitua nenhuma novidade, nunca êle assumiu, como agora, um papel de tão alta importância. O A. refere-se à utilização dos métod...
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Academia Brasileira de Neurologia (ABNEURO)
1944-09-01
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Series: | Arquivos de Neuro-Psiquiatria |
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doaj-bd0f7f5774994f87b2606d145b98371a2020-11-24T22:37:58ZengAcademia Brasileira de Neurologia (ABNEURO)Arquivos de Neuro-Psiquiatria1678-42271944-09-0123239247S0004-282X1944000300001Higiene mental de guerraDurval Marcondes0Universidade de São PauloUma das caraterísticas da presente guerra é a de ser, mais que qualquer outra, uma guerra psicológica. Embora o emprego dos recursos psicológicos como arma de guerra não constitua nenhuma novidade, nunca êle assumiu, como agora, um papel de tão alta importância. O A. refere-se à utilização dos métodos psicológicos de guerra desde as épocas mais remotas, salientando que, com o correr dos tempos, foi-se deslocando para o terreno científico aquilo que antes era simples magia ou intuição. Enumera os métodos ofensivos e defensivos essenciais da guerra psicológica, focalizando o papel desempenhado pela propaganda e pelo medo. Examina como a Alemanha se utilizou dos conhecimentos psicológicos em seu esforço de guerra, tanto no preparo psíquico individual como coletivo. Afirma que cabe aos psicólogos e psiquiatras das Nações Unidas oferecer às autoridades os meios de ação para o mesmo fim, o que não quer dizer que precisemos copiar servilmente os métodos alemães. Passa a referir-se aos recursos que a moderna psiquiatria pode oferecer nesse sentido, mostrando que ela desenvolveu técnicas e sistemas de trabalho que dilataram sobremodo o campo de suas atividades. Ela não está mais limitada ao âmbito estreito das enfermarias e das salas de consulta, mas transborda numa intervenção mais direta sobre o ambiente social. De simples especialidade médica circunscrita à cura individual das psicopatias, ela se erigiu em arma social de elevado alcance, cujo valor a presente guerra veio encarecer. O A. lembra, enfim, a importância do trato psicológico das populações no período de após-guerra. Um simples tratado de paz não cria as condições necessárias a uma sadia atitude mental coletiva. À higiene mental caberá um papel relevante no futuro reajustamento psíquico dos povos, o qual, para sua verdadeira consolidação, deverá assentar sobre bases científicas e humanas.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1944000300001&lng=en&tlng=en |
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Uma das caraterísticas da presente guerra é a de ser, mais que qualquer outra, uma guerra psicológica. Embora o emprego dos recursos psicológicos como arma de guerra não constitua nenhuma novidade, nunca êle assumiu, como agora, um papel de tão alta importância. O A. refere-se à utilização dos métodos psicológicos de guerra desde as épocas mais remotas, salientando que, com o correr dos tempos, foi-se deslocando para o terreno científico aquilo que antes era simples magia ou intuição. Enumera os métodos ofensivos e defensivos essenciais da guerra psicológica, focalizando o papel desempenhado pela propaganda e pelo medo. Examina como a Alemanha se utilizou dos conhecimentos psicológicos em seu esforço de guerra, tanto no preparo psíquico individual como coletivo. Afirma que cabe aos psicólogos e psiquiatras das Nações Unidas oferecer às autoridades os meios de ação para o mesmo fim, o que não quer dizer que precisemos copiar servilmente os métodos alemães. Passa a referir-se aos recursos que a moderna psiquiatria pode oferecer nesse sentido, mostrando que ela desenvolveu técnicas e sistemas de trabalho que dilataram sobremodo o campo de suas atividades. Ela não está mais limitada ao âmbito estreito das enfermarias e das salas de consulta, mas transborda numa intervenção mais direta sobre o ambiente social. De simples especialidade médica circunscrita à cura individual das psicopatias, ela se erigiu em arma social de elevado alcance, cujo valor a presente guerra veio encarecer. O A. lembra, enfim, a importância do trato psicológico das populações no período de após-guerra. Um simples tratado de paz não cria as condições necessárias a uma sadia atitude mental coletiva. À higiene mental caberá um papel relevante no futuro reajustamento psíquico dos povos, o qual, para sua verdadeira consolidação, deverá assentar sobre bases científicas e humanas. |
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