A União Central dos Poloneses do Brasil e a imposição cultural nacional (1930 – 1938)

Este trabalho tem como objetivo analisar a União Central dos Poloneses do Brasil, na sua perspectiva de promoção da cultura étnica, como forma de manutenção da nacionalidade polonesa nos núcleos étnicos e o fechamento compulsório por meio da nacionalização, como forma de imposição cultural promovida...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Adriano Malikoski
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Passo Fundo (UPF) 2020-09-01
Series:História: Debates e Tendências
Subjects:
Online Access:http://seer.upf.br/index.php/rhdt/article/view/11652/114115365
Description
Summary:Este trabalho tem como objetivo analisar a União Central dos Poloneses do Brasil, na sua perspectiva de promoção da cultura étnica, como forma de manutenção da nacionalidade polonesa nos núcleos étnicos e o fechamento compulsório por meio da nacionalização, como forma de imposição cultural promovida pelas instâncias políticas ideológicas do Estado Novo no Brasil. A organização de instituições étnicas fora importante para a propagação e manutenção de uma cultura trazida com os imigrantes, porém, transformada e atualizada nos espaços culturais de inserção, com inferências decisivas tanto das instâncias governamentais polonesas, na promoção da cultura étnica entre os imigrantes que aqui estavam, quanto, dos processos nacionalizadores brasileiro na Era Vargas. Para a escrita deste artigo foram analisadas documentações consulares do MSZ polonês do ano de 1938, bem como artigos de periódicos étnicos que circulavam nos núcleos de imigração polonesa do Brasil. No entanto, a investigação histórica de instituições étnicas demanda alguns cuidados na apropriação de sentidos e organizações das informações possíveis das fontes de pesquisa. A história de instituições ou rede mais amplas de sociabilidade não se pautam pelas simples análises de documentos, sejam eles oficiais ou de quaisquer outras fontes. Pode-se questionar, sobretudo, se os conhecimentos históricos podem fornecer verdades. Para Reis (2000, p 325), há diversas contestações que relativizam as verdades históricas: o conhecimento está ligado à época de produção e à subjetividade do autor; verdades inverificáveis pela experiência e fontes produzidas e manipuladas conforme as expectativas direcionadas. Para Foucault (2000, p. 14), a própria ideologia é a verdade representada numa perspectiva de relação de poder, nos chamados regimes de verdades1 e em suas representações.
ISSN:2238-8885