Representações de profissionais da saúde sobre famílias de crianças e adolescentes vítimas de violência Health professionals' representations of the families of children and adolescents who are victims of abuse

OBJETIVOS: analisar as representações de profissionais da saúde sobre famílias de crianças e adolescentes vítimas de violência, atendidas em um serviço de referência da rede pública de saúde do Recife, Pernambuco, Brasil. MÉTODOS: foram aplicadas dez entrevistas semiestruturadas a psicólogos, trabal...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Gerard Viader Sauret, Rosa Maria Carneiro, Sandra Valongueiro, Maria Gorete Lucena de Vasconcelos
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Materno Infantil de Pernambuco 2011-09-01
Series:Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-38292011000300007
Description
Summary:OBJETIVOS: analisar as representações de profissionais da saúde sobre famílias de crianças e adolescentes vítimas de violência, atendidas em um serviço de referência da rede pública de saúde do Recife, Pernambuco, Brasil. MÉTODOS: foram aplicadas dez entrevistas semiestruturadas a psicólogos, trabalhadores e educadores sociais. Também foi realizada observação participante de forma suplementar às entrevistas. O material foi submetido à técnica de análise de conteúdo, modalidade temática. RESULTADOS: os profissionais reconheceram a necessidade de trabalhar o grupo familiar nas diversas formas de intervenção, destacando o sofrimento inicial das famílias provocado pelo fato de terem que aceitar uma intromissão do poder público. Observou-se certa polarização nas representações sobre famílias com dinâmica de violência sexual com relação às outras formas de violência. Destaca-se a utilização da categoria "evasão" para denominar a desistência das famílias ao tratamento oferecido, bem como a representação de "famílias irresponsáveis" entre aquelas que não conseguem concluir o tratamento. CONCLUSÕES: alerta-se sobre o risco dos profissionais estereotiparem como "descompromissadas" aquelas famílias que desistem do tratamento, quando podem ocorrer situações de dificuldade de compatibilização dos horários de trabalho com os de assistência ao serviço. Este problema pode ser especialmente sério em lares chefiados por mulheres. Detectaram-se também ruídos no tocante à articulação com conselheiros tutelares, dificultando o sucesso das intervenções.<br>OBJECTIVES: to examine health-care professionals' representations of the families of children and adolescents who have been victims of violent crime at a public-sector health referral center in Recife, in the Brazilian State of Pernambuco. METHODS: ten semi-structured interviews were conducted with psychologists, health professionals, teachers and social workers. These interviews were supplemented by participant observation. The resulting material was submitted to content analysis by theme. RESULTS: the professionals recognized the need to work with the family group by way of various types of intervention and highlighted the initial suffering provoked in the families by the need for the public authorities to interfere. A certain polarization was observed in the representations of families with a history of sexual abuse, compared to other kinds. The term "drop out" was used to refer to families failing to adhere to the treatment provided and the representation of families that failed to complete the treatment as "irresponsible". CONCLUSIONS: there is a risk for professionals to stereotype as "uncommitted" those families that fail to adhere to treatment, when they may have experienced difficulties fitting this in with their work schedule. This problem may be especially severe in families headed by women. There are also some communication problems with counselors, which undermines the potential for success of such interventions.
ISSN:1519-3829
1806-9304