ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG

Nesse estudo foram analisadas a recarga e a conexão hidráulica entre os aquíferos granular e fissural do sistema aquífero do campus Pampulha da UFMG, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Na área, o aquífero granular é livre, se sobrepõe ao fissural, e é constituído por aluviões, colúvios e solo residual...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: João Pedro Marques Ribeiro
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Águas Subterrâneas 2015-08-01
Series:Revista Águas Subterrâneas
Online Access:https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/28502
id doaj-bb45ce3382074ac298a26c4c1ea5b87f
record_format Article
spelling doaj-bb45ce3382074ac298a26c4c1ea5b87f2020-11-25T01:09:26ZengAssociação Brasileira de Águas SubterrâneasRevista Águas Subterrâneas0101-70042179-97842015-08-0127316983ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MGJoão Pedro Marques Ribeiro0UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISNesse estudo foram analisadas a recarga e a conexão hidráulica entre os aquíferos granular e fissural do sistema aquífero do campus Pampulha da UFMG, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Na área, o aquífero granular é livre, se sobrepõe ao fissural, e é constituído por aluviões, colúvios e solo residual, enquanto o aquífero fissural é livre a semiconfinado, representado por gnaisses, granitos e diques de diabásio do Complexo Belo Horizonte. A precipitação média é de 1.404,8 mm/ano incidente entre outubro e março. Duas etapas de trabalho foram executadas: a primeira envolveu o estudo da recarga aquífera e conexão hidráulica entre o meio granular e o meio fissural com dados de monitoramento manual, quinzenal, executado no projeto PROHBEN de 1997 a 2000, numa rede de poços profundos inativos (7) representantes do aquífero fissural e piezômetros (4) representantes do aquífero granular. Por meio de correlações estatísticas, foi estabelecida, a evidência de existência da conexão hidráulica, o grau de influência de fatores texturais do solo e pluviométricos sobre a recarga aquífera, bem como realizado o cálculo da recarga do aquífero granular. Os resultados nortearam a seleção de poços para o monitoramento automatizado e manual por 8,5 meses envolvendo completamente a estação chuvosa, de agosto/2012 a abril/2013, constituindo a segunda e mais importante etapa do estudo. Transdutores de pressão foram instalados em 3 piezômetros e 3 poços profundos inativos, com leituras  a cada 15 minutos, e o monitoramento manual foi realizado semanalmente em 2 poços profundos e em 1 piezômetro. A caracterização da conexão hidráulica foi realizada estimando-se o tempo de resposta do nível d’água de cada aquífero à precipitação e o tempo gasto entre a recarga direta do meio granular e a recarga indireta deste ao meio fissural. Para isso foram empregadas técnicas de análise de funções de correlação cruzada. Os resultados mostraram que, no aquífero granular, a recarga se efetivou espacialmente entre 45 a 70 dias e no aquífero fissural entre 59 a 69 dias. O tempo de resposta à recarga do aquífero fissural a partir do granular foi de menos de um dia, corroborando a elevada conexão hidráulica entre ambos aquíferos. A recarga do aquífero granular foi calculada segundo a técnica de variação espacial do nível d’agua natural, com resultados de 264 a 390 mm, significando 28 a 41% da precipitação. Dentre os fatores que poderiam influenciar na recarga o mais influente foi a precipitação e o fator menos influente foi a profundidade do nível d’água. A influência do uso e ocupação do solo foi evidenciada pelos menores percentuais de recarga 264 mm (28% de precipitação) e 279 mm (29% de precipitação), obtidos nos piezômetros localizados em área com predomínio de vegetação arbórea, enquanto o maior valor de 390 mm (41% de precipitação) em piezômetro localizado em área com ocupação predominantemente gramínea. As variações do NA dentro do aquífero fissural permitiram uma avaliação preliminar de que, da água de recarga do aquífero granular (775.000 m3), cerca de 14% chegaria ao aquífero fissural (109.200 m3).https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/28502
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author João Pedro Marques Ribeiro
spellingShingle João Pedro Marques Ribeiro
ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG
Revista Águas Subterrâneas
author_facet João Pedro Marques Ribeiro
author_sort João Pedro Marques Ribeiro
title ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG
title_short ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG
title_full ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG
title_fullStr ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG
title_full_unstemmed ANÁLISE DA RECARGA E DA CONEXÃO HIDRÁULICA DO SISTEMA AQUÍFERO GRANULAR-FISSURAL NO CAMPUS PAMPULHA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG
title_sort análise da recarga e da conexão hidráulica do sistema aquífero granular-fissural no campus pampulha da ufmg, belo horizonte, mg
publisher Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
series Revista Águas Subterrâneas
issn 0101-7004
2179-9784
publishDate 2015-08-01
description Nesse estudo foram analisadas a recarga e a conexão hidráulica entre os aquíferos granular e fissural do sistema aquífero do campus Pampulha da UFMG, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Na área, o aquífero granular é livre, se sobrepõe ao fissural, e é constituído por aluviões, colúvios e solo residual, enquanto o aquífero fissural é livre a semiconfinado, representado por gnaisses, granitos e diques de diabásio do Complexo Belo Horizonte. A precipitação média é de 1.404,8 mm/ano incidente entre outubro e março. Duas etapas de trabalho foram executadas: a primeira envolveu o estudo da recarga aquífera e conexão hidráulica entre o meio granular e o meio fissural com dados de monitoramento manual, quinzenal, executado no projeto PROHBEN de 1997 a 2000, numa rede de poços profundos inativos (7) representantes do aquífero fissural e piezômetros (4) representantes do aquífero granular. Por meio de correlações estatísticas, foi estabelecida, a evidência de existência da conexão hidráulica, o grau de influência de fatores texturais do solo e pluviométricos sobre a recarga aquífera, bem como realizado o cálculo da recarga do aquífero granular. Os resultados nortearam a seleção de poços para o monitoramento automatizado e manual por 8,5 meses envolvendo completamente a estação chuvosa, de agosto/2012 a abril/2013, constituindo a segunda e mais importante etapa do estudo. Transdutores de pressão foram instalados em 3 piezômetros e 3 poços profundos inativos, com leituras  a cada 15 minutos, e o monitoramento manual foi realizado semanalmente em 2 poços profundos e em 1 piezômetro. A caracterização da conexão hidráulica foi realizada estimando-se o tempo de resposta do nível d’água de cada aquífero à precipitação e o tempo gasto entre a recarga direta do meio granular e a recarga indireta deste ao meio fissural. Para isso foram empregadas técnicas de análise de funções de correlação cruzada. Os resultados mostraram que, no aquífero granular, a recarga se efetivou espacialmente entre 45 a 70 dias e no aquífero fissural entre 59 a 69 dias. O tempo de resposta à recarga do aquífero fissural a partir do granular foi de menos de um dia, corroborando a elevada conexão hidráulica entre ambos aquíferos. A recarga do aquífero granular foi calculada segundo a técnica de variação espacial do nível d’agua natural, com resultados de 264 a 390 mm, significando 28 a 41% da precipitação. Dentre os fatores que poderiam influenciar na recarga o mais influente foi a precipitação e o fator menos influente foi a profundidade do nível d’água. A influência do uso e ocupação do solo foi evidenciada pelos menores percentuais de recarga 264 mm (28% de precipitação) e 279 mm (29% de precipitação), obtidos nos piezômetros localizados em área com predomínio de vegetação arbórea, enquanto o maior valor de 390 mm (41% de precipitação) em piezômetro localizado em área com ocupação predominantemente gramínea. As variações do NA dentro do aquífero fissural permitiram uma avaliação preliminar de que, da água de recarga do aquífero granular (775.000 m3), cerca de 14% chegaria ao aquífero fissural (109.200 m3).
url https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/28502
work_keys_str_mv AT joaopedromarquesribeiro analisedarecargaedaconexaohidraulicadosistemaaquiferogranularfissuralnocampuspampulhadaufmgbelohorizontemg
_version_ 1725178900137377792