Summary: | A vida humana tornou-se eminentemente urbana nesse início de século XXI, onde as relações e constituições dos sujeitos se dão e se formam no espaço público das cidades, onde, mesmo que muitos tentem eliminar essa evidência, é inevitável o cruzamento, o choque, o encontro com outros seres urbanos. Esses choques, cada vez mais intensos na vida contemporânea, colocam o sujeito em desconforto, incômodo, sofrimento. Para minimizar, ou pelo menos anestesiar, o sofrimento, desejamos e desenhamos uma cidade que distancia, silencia, individualiza. Este texto, com características de um ensaio crítico, traz apontamentos para uma necessária reflexão sobre a presença desse outro na cidade e provoca a um outro modo de encarar, olhar essa presença. Provocações auxiliadas pela conceituação de Unheimlich de Freud, do Outro de Lacan, das leituras argutas de Cesarotto e Kehl e de uma possível representação na Arte das questões levantadas, com o filme El hombre de al lado. Considerações para uma reflexão sobre (o) viver na Cidade contemporânea.
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