Fazendo sentido do som
É um lugar comum na Linguistica deste século dizer-se que são fonológicas apenas aquelas diferenças de som que ervem para distinguir significações (Jakobson 1976:12[1932], Troubetzkoy1957119391: 1-15, Chomsky & Halle 1968:3-14). 0 que poucos linguistas reconhecem é que essa afirmação pode se...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Federal de Santa Catarina
2008-04-01
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Series: | Ilha do Desterro |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8937 |
Summary: | É um lugar comum na Linguistica deste século dizer-se que são fonológicas apenas aquelas diferenças de som que ervem para distinguir significações (Jakobson 1976:12[1932], Troubetzkoy1957119391: 1-15, Chomsky & Halle 1968:3-14). 0 que poucos linguistas reconhecem é que essa afirmação pode ser virada pelo avesso se interpretada à luz da Semántica e da Pragmática contemporâneas. Para simplificar, tomemos como ponto-de-partida a distinção feita por Lyons entre significado descritivo e não descritivo (1977, vol. 1:50-56). Se esse último contribui para diferenciar entre os enunciados possíveis, então há mais trilhas entre o som e a "coisa" do que sonha a nossa vã Fonologia. Pois um signatum elástico, variável, que vai além de um estado de coisas determinado num mundo objetivo, para incluir o social e até subjetivo, como querem, por exemplo, Austin (1962), Searle(1969) ou Ducrot (1973), supõe também um signans elástico, variável, que possa, ao menos, apontar para os contornos - vagos - de um tal real. Em outras palavras, assumir a existência de uma lista aberta de diferenças de sentido implica abrir mão de uma lista fechada de diferenças pertinentes de som. |
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ISSN: | 0101-4846 2175-8026 |