Summary: | Por meio da observação etnográfica de um dispositivo educacional em situação de exclusão social, as misiones na Venezuela de Hugo Chávez, este artigo propõe algumas pistas analíticas para conectar uma sociologia da educação a uma sociologia da emancipação. Pilares da educação revolucionaria do povo no novo governo bolivariano, as misiones, dirigidas primordialmente à geração excluída da democratização do ensino (1950-1970), compõem a tradição da educação popular latino-americana. Se os resultados desta “escola do povo”, em termos de integração escolar das classes populares, são mitigados ou dificilmente apreciáveis, há uma forte impressão de emancipação por parte dos participantes nos barrios, considerando que o projeto tem poucos vínculos com o conhecimento fornecido ou com a aprendizagem escolar. Podemos abordar o nascimento de um sujeito popular a partir de três dinâmicas de emancipação em educação: criação de um espaço de interconhecimento a partir da sala de aula, bem como a dialética de liberdade e invenção de si propiciada pela especificidade do momento escolar.
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