<em>Nós</em> e <em>a gente</em> no português brasileiro: concordâncias e discordâncias
Discutimos neste artigo o encaixamento linguístico da variação e mudança dos pronomes nós e a gente no português brasileiro. Analisamos as construções nós com o morfema plural –mos (nós moramos/nós morávamos), concordância plural; nós sem o morfema de plural –mos (nós mora/nós morou/nós morava), nã...
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Language: | Catalan |
Published: |
Universidade de Santiago de Compostela
2018-02-01
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doaj-b7df3a6ede7b42e181f38ea8488895e62021-04-09T07:47:46ZcatUniversidade de Santiago de CompostelaEstudos de Linguistica Galega1889-25661989-578X2018-02-0110.15304/elg.ve1.3585<em>Nós</em> e <em>a gente</em> no português brasileiro: concordâncias e discordânciasMaria Marta Pereira Scherre0Lilian Coutinho Yacovenco1Anthony Julius Naro2Universidade Federal do Espírito Santo Universidade de BrasíliaUniversidade Federal do Espírito SantoUniversidade Federal do Rio de Janeiro Discutimos neste artigo o encaixamento linguístico da variação e mudança dos pronomes nós e a gente no português brasileiro. Analisamos as construções nós com o morfema plural –mos (nós moramos/nós morávamos), concordância plural; nós sem o morfema de plural –mos (nós mora/nós morou/nós morava), não concordância; a gente sem o morfema plural –mos (a gente mora/a gente morou/ /a gente morava), concordância singular. Análises conjuntas destas construções permitem entender dinâmicas sociolinguísticas da implementação de a gente no sistema pronominal do português brasileiro. Ancorados na Teoria da Variação e Mudança (Weinreich, Labov & Herzog 1968) e nas propostas de Naro, Görski & Fernandes (1999), remodeladas por Naro et al (2016) e Scherre et al (2014), reanalisamos 774 dados da fala da Baixada Cuiabana (Estado do Mato Grosso, Centro-Oeste), variedade com traços característicos nítidos, e 1517 dados da fala de Vitória (capital do Espírito Santo, Sudeste), variedade sem traços característicos nítidos. Verificamos que a Baixada Cuiabana favorece nós e Vitória expande a gente. Ambas privilegiam nós com –mos no pretérito perfeito. A Baixada Cuiabana usa mais nós sem –mos no imperfeito e no presente de forma igual à do pretérito. Para evitar nós sem –mos, Vitória usa mais a gente sem –mos no imperfeito e no presente. Mais usos de nós falamos, a gente falava e a gente fala seguem fluxos de mais concordância em áreas urbanas (Naro & Scherre 2014). Os fatos observados revelam variação linguística ordenada e apontam resolução intuitiva de conflitos sociolinguísticos associados à concordância verbal variável. https://revistas.usc.gal/index.php/elg/article/view/3585variação nós e a genteportuguês brasileiroencaixamento linguísticoefeitos funcionalcognitivo e estruturaldimensão geográfica |
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Maria Marta Pereira Scherre Lilian Coutinho Yacovenco Anthony Julius Naro |
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Discutimos neste artigo o encaixamento linguístico da variação e mudança dos pronomes nós e a gente no português brasileiro. Analisamos as construções nós com o morfema plural –mos (nós moramos/nós morávamos), concordância plural; nós sem o morfema de plural –mos (nós mora/nós morou/nós morava), não concordância; a gente sem o morfema plural –mos (a gente mora/a gente morou/ /a gente morava), concordância singular. Análises conjuntas destas construções permitem entender dinâmicas sociolinguísticas da implementação de a gente no sistema pronominal do português brasileiro. Ancorados na Teoria da Variação e Mudança (Weinreich, Labov & Herzog 1968) e nas propostas de Naro, Görski & Fernandes (1999), remodeladas por Naro et al (2016) e Scherre et al (2014), reanalisamos 774 dados da fala da Baixada Cuiabana (Estado do Mato Grosso, Centro-Oeste), variedade com traços característicos nítidos, e 1517 dados da fala de Vitória (capital do Espírito Santo, Sudeste), variedade sem traços característicos nítidos. Verificamos que a Baixada Cuiabana favorece nós e Vitória expande a gente. Ambas privilegiam nós com –mos no pretérito perfeito. A Baixada Cuiabana usa mais nós sem –mos no imperfeito e no presente de forma igual à do pretérito. Para evitar nós sem –mos, Vitória usa mais a gente sem –mos no imperfeito e no presente. Mais usos de nós falamos, a gente falava e a gente fala seguem fluxos de mais concordância em áreas urbanas (Naro & Scherre 2014). Os fatos observados revelam variação linguística ordenada e apontam resolução intuitiva de conflitos sociolinguísticos associados à concordância verbal variável.
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