Summary: | O artigo discute, a partir das formulações políticas da nova questão social e do pensamento antiutilitarista de cientistas sociais franceses, as conseqüências do atual quadro de violência urbana para a sociabilidade e a política nos bairros populares do Rio de Janeiro. As propostas da cidadania ativa, da participação em vários níveis e formas da vida em sociedade, que vão refazer o Estado nação, são discutidas na primeira parte. A seguir, os paradoxos e ambigüidades da reciprocidade são analisados a fim de se pensar a reciprocidade moderna, caracterizada pela solidariedade ao estranho e pelas novas redes ampliadas de laços sociais que minimizam a violência. Por fim, as exclusões e os abalados circuitos da reciprocidade no Brasil de hoje são entendidos na sua articulação com o modo pelo qual o crime se organizou e as novas divisões sociais se estabeleceram no Rio de Janeiro.
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