Summary: | Este ensaio apresenta um breve resgate da trajetória dos estudos sobre mulheres chefes de família e realiza uma reflexão crítica sobre a relação direta que vem sendo estabelecida entre o crescimento do fenômeno da chefia familiar feminina e o controvertido debate em torno da chamada feminização da pobreza. Busca apontar para a necessidade do questionamento de uma homogeneidade artificial construída em torno das mulheres em situação de chefia de seus núcleos doméstico-familiares, apresentada pela maioria dos estudos, e que insiste em reforçar um perfil uniforme dessas mulheres - vistas, predominantemente, como as mais pobres entre os pobres -, e sinaliza, por fim, para as possibilidades abertas pelos estudos de gênero, particularmente daqueles que se filiam a uma epistemologia feminista e relacional, para um novo olhar sobre esse objeto polissêmico e multifacetado.
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