Considerações a propósito do tratamento medicamentoso de 1217 pacientes epilépticos: I: estudo em relação ao tipo de epilepsia e ao eletrencefalograma

Foram estudados 1.217 pacientes epilépticos, adultos em sua maioria, sem alterações neurológicas focais e sem sinais de hipertensão intracraniana. Foram utilizados, para o tratamento, apenas os medicamentos mais conhecidos e difundidos em nosso meio. O estudo foi feito em relação ao tipo de epilepsi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Luís Marques-Assis
Format: Article
Language:English
Published: Academia Brasileira de Neurologia (ABNEURO) 1969-12-01
Series:Arquivos de Neuro-Psiquiatria
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1969000400008&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Foram estudados 1.217 pacientes epilépticos, adultos em sua maioria, sem alterações neurológicas focais e sem sinais de hipertensão intracraniana. Foram utilizados, para o tratamento, apenas os medicamentos mais conhecidos e difundidos em nosso meio. O estudo foi feito em relação ao tipo de epilepsia que os pacientes apresentavam e ao padrão eletrencefalográfico. Quanto à evolução relativamente ao tipo de epilepsia, as investigações desenvolvidas permitiram ao autor chegar às seguintes conclusões: 1) a evolução foi melhor nos pacientes que apresentavam como única manifestação crises bravais-jacksonianas (94,2%) e crises psicomotoras (92,2%); 2) maior índice percentual de remissões foi obtido nos pacientes com convulsões no sono (59,0%); 3) os pacientes com convulsões GM puras foram os mais resistentes ao tratamento e aqueles que em maior grau permaneceram incontroláveis; 4) os pacientes com convulsões secundários a descarga focai foram os que mais acentuadamente melhoraram com o tratamento, embora fossem aqueles que apresentassem menor índice percentual de remissão; 5) de todas as formas de epilepsia as de tipo bravais-jacksoniano foram as que melhor responderam ao tratamento, especialmente as formas que não se generalizaram; 6) não houve diferenças notáveis, quanto à evolução, quando comparadas as formas convulsivas e não convulsivas da epilepsia. Em relação à evolução relativamente ao padrão eletrencefalográfico, o autor chegou às seguintes conclusões: 1) a evolução foi melhor nos casos com EEG normal; 2) comparados os casos com EEG anormal, aqueles com disritmia paroxística bilateral e síncrona evoluíram melhor que os com anormalidades difusas de modo geral e que os focais; 3) os pacientes com foco temporal tiveram menor índice de remissão que os demais; 4) os casos com foco temporal único (direito ou esquerdo) evoluíram melhor que os com disritmia temporal bilateral; 5) os pacientes com foco temporal direito foram os que apresentaram, percentualmente, menor índice de remissão.
ISSN:1678-4227