A escuta da clínica analítica

O artigo trata do uso da história de vida em uma pesquisa da autora sobre o processo de individuação. Na análise e na pesquisa, a história de vida é o método que favorece a escuta e ele pode ser enriquecido pela antropologia e pela psicologia profunda. Rousseau concebeu a etnologia no século XVIII...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Paula Perrone
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Junguiano de São Paulo 2017-03-01
Series:Self
Subjects:
Online Access:https://self.emnuvens.com.br/self/article/view/13
id doaj-b2d32f749c5346cc84e8691c82ddafec
record_format Article
spelling doaj-b2d32f749c5346cc84e8691c82ddafec2021-09-28T16:23:37ZengInstituto Junguiano de São PauloSelf2448-30602017-03-01210.21901/2448-3060/self-2017.vol02.0002A escuta da clínica analíticaPaula Perrone0São Paulo, SP O artigo trata do uso da história de vida em uma pesquisa da autora sobre o processo de individuação. Na análise e na pesquisa, a história de vida é o método que favorece a escuta e ele pode ser enriquecido pela antropologia e pela psicologia profunda. Rousseau concebeu a etnologia no século XVIII por ter o outro como motivo primeiro de sua teoria. A "pitié" permite sua identificação com o sofrimento de seu semelhante. Merleau-Ponty se voltou para a antropologia pela sua maneira de pensar quando o objeto é o "outro" e exige nossa transformação. Criamos interfaces entre a antropologia e a psicologia analítica, uma vez que alteridade é a questão junguiana. Jung avalia como condição necessária para o verdadeiro encontro o exercício consciente da retirada das projeções sobre o mundo externo. Segunda interface: a escuta analítica. Ela procura alcançar as fantasias inconscientes e facilitar que camadas inconscientes aflorem. Para Merleau-Ponty a percepção é seletiva. A escuta da psicologia profunda é seletiva, perspectivista. Terceira interface: a experiência da intersubjetividade. O campo interativo entre o narrador e o ouvinte de uma história de vida pode comportar a constituição de um terceiro elemento, produto do encontro das duas subjetividades: o corpo sutil. Nessa sintonia, falamos de acordo com esse campo de sensibilidade constituída. A clínica também está presente quando se estuda com alunos ou na pesquisa em ciências humanas a partir de narrativas. Tem uma função no mundo, pode produzir uma metodologia refinada. A fala de meu entrevistado pertence ao domínio do "terceiro incluído". Jung explicou profundamente essa cópula simbólica. https://self.emnuvens.com.br/self/article/view/13escuta analíticaalteridadepsicologia junguiana.
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Paula Perrone
spellingShingle Paula Perrone
A escuta da clínica analítica
Self
escuta analítica
alteridade
psicologia junguiana.
author_facet Paula Perrone
author_sort Paula Perrone
title A escuta da clínica analítica
title_short A escuta da clínica analítica
title_full A escuta da clínica analítica
title_fullStr A escuta da clínica analítica
title_full_unstemmed A escuta da clínica analítica
title_sort escuta da clínica analítica
publisher Instituto Junguiano de São Paulo
series Self
issn 2448-3060
publishDate 2017-03-01
description O artigo trata do uso da história de vida em uma pesquisa da autora sobre o processo de individuação. Na análise e na pesquisa, a história de vida é o método que favorece a escuta e ele pode ser enriquecido pela antropologia e pela psicologia profunda. Rousseau concebeu a etnologia no século XVIII por ter o outro como motivo primeiro de sua teoria. A "pitié" permite sua identificação com o sofrimento de seu semelhante. Merleau-Ponty se voltou para a antropologia pela sua maneira de pensar quando o objeto é o "outro" e exige nossa transformação. Criamos interfaces entre a antropologia e a psicologia analítica, uma vez que alteridade é a questão junguiana. Jung avalia como condição necessária para o verdadeiro encontro o exercício consciente da retirada das projeções sobre o mundo externo. Segunda interface: a escuta analítica. Ela procura alcançar as fantasias inconscientes e facilitar que camadas inconscientes aflorem. Para Merleau-Ponty a percepção é seletiva. A escuta da psicologia profunda é seletiva, perspectivista. Terceira interface: a experiência da intersubjetividade. O campo interativo entre o narrador e o ouvinte de uma história de vida pode comportar a constituição de um terceiro elemento, produto do encontro das duas subjetividades: o corpo sutil. Nessa sintonia, falamos de acordo com esse campo de sensibilidade constituída. A clínica também está presente quando se estuda com alunos ou na pesquisa em ciências humanas a partir de narrativas. Tem uma função no mundo, pode produzir uma metodologia refinada. A fala de meu entrevistado pertence ao domínio do "terceiro incluído". Jung explicou profundamente essa cópula simbólica.
topic escuta analítica
alteridade
psicologia junguiana.
url https://self.emnuvens.com.br/self/article/view/13
work_keys_str_mv AT paulaperrone aescutadaclinicaanalitica
AT paulaperrone escutadaclinicaanalitica
_version_ 1716865511360299008