Formas obstrutivas da neurocisticercose ventricular

A incidência da cisticercose cerebral entre os consulentes orientados para o Ambulatório de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Prêto é muito alta. Trata-se de moléstia que, pela gravidade de seus sintomas, pela facilidade de infestação e pela precariedade dos recursos terapêuticos, repr...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Sylvio de Vergueiro Forjaz, Mário Martinez
Format: Article
Language:English
Published: Academia Brasileira de Neurologia (ABNEURO) 1961-03-01
Series:Arquivos de Neuro-Psiquiatria
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1961000100003&lng=en&tlng=en
Description
Summary:A incidência da cisticercose cerebral entre os consulentes orientados para o Ambulatório de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Prêto é muito alta. Trata-se de moléstia que, pela gravidade de seus sintomas, pela facilidade de infestação e pela precariedade dos recursos terapêuticos, representa um probiema individual e social grave nesta região. Muitos aspectos da moléstia já foram esclarecidos, sendo grande a contribuição de autores brasileiros. Certas feições da moléstia, porém, ainda comportam maiores estudos. É nosso objetivo oferecer uma contribuição ao estudo das formas intraventriculares de neurocisticercose. Relatamos as observações de 4 pacientes com queixas de hipertensão intracraniana periódica e com achados liquóricos e radiológicos compatíveis com a suspeita de cisticercose cerebral. Exames subsidiários (pneumencefalografia ou ventriculografia) mostraram que em dois dêstes pacientes havia bloqueio do aqueduto de Sylvius (casos 3 e 4) e que, nos outros dois, havia exclusão de um ventrículo lateral por bloqueio do buraco de Monro (caso 1) e da confluência dos cornos temporal e occipital (caso 2). Nos dois casos em que havia bloqueio na parte alta do aqueduto de Sylvius os pacientes acusavam dificuldade no olhar vertical (síndrome de Parinaud). O tratamento cirúrgico permitiu desfazer o bloqueio em 3 casos (casos 2, 3 e 4); no caso 1 as punções feitas após a intervenção cirúrgica parecem ter agido benèficamente no sentido de restabelecer o trânsito do liqüido cefalorraquidiano. Excluindo um paciente (caso 2) que faleceu em caquexia 3 meses após a operação e no qual o exame necroscópico mostrou lesões pregressas imputáveis apenas à hipertensão aguda sem lesões cisticercóticas, os outros casos evoluíram para a cura.
ISSN:1678-4227